Entre 25 Agosto de 2007 e 6 de Junho de 2009 Genuíno Madruga cruzou mares, enfrentou bonanças e tempestades, foi herói e embaixador, levando a bandeira doa Açores a bordo do Hemingway durante 21 meses e 12 dias num percurso de 34 mil milhas.
Genuíno Madruga semeou o conhecimento da sua terra e do seu país em muitos pontos do mundo, elegendo para paragens referências históricas da emigração açoriana, como Santa Catarina e São Luís do Maranhão, no Brasil. Sempre recebido com apreço e admiração, foi em Dili que a emoção foi mais forte com a honra que lhe prestou o Nobel da Paz, Ramos Horta. Genuíno jamais esquecerá esse momento, ainda que habituado a receber, em todas as partidas do mundo por onde passou, manifestações de carinho e de estímulo à sua coragem.
Mas se o contacto humano após longos dias de solidão no mar, foi sempre compensador, também momentos houve de grande exigência física e anímica. Foi o que aconteceu no dia 24 de Janeiro, data que ficará para sempre na história da vida do Velejador, dos Açores e das viagens marítimas: Genuíno Madruga, natural da freguesia de S. João, na ilha do Pico, passou o Cabo Horn, no Chile, ponto mais austral do continente americano, local de confluência entre os oceanos atlântico e pacífico, marca indelével para o navegante que ousa enfrentar aquelas águas.
Naquelas latitudes as tempestades são frequentes, sucedendo-se com violência extrema e terminando tão repentinamente como surgem. A transposição do Cabo constitui, por isso, um desafio à tenacidade dos navegantes, que Genuíno Madruga ultrapassou com coragem e determinação.
Outro momento especialmente duro foi a perda do mastro, numa tempestade súbita, quando o regresso a casa já estava eminente. O “aventureiro” destemido encarou as dificuldades como mais um desafio e venceu-as com a audácia que fez dele o homem que é hoje.
Este picoense residente no Faial fez questão, nesta segunda viagem, de partir das Lajes e ali regressar, em tempo de Espírito Santo. Foi comovente a alegria da família e o orgulho dos seus conterrâneos, testemunhadas em directo pela RTP nos Açores. A nós, cabe-nos, para além das justas felicitações, dizer, pelo muito que espalhou de Portugal no mundo: estamos gratos, Genuíno!
Esta é a nossa sincera homenagem
Crédito imagem:http://voltasaomundo.blogs.sapo.pt/2008/06/