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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Honoris Causa Onésimo T.Almeida,
discurso da madrinha ISABEL ALARCÃO
Comunidades 28 dez, 2013, 01:39

Honoris Causa Onésimo T.Almeida, discurso da madrinha ISABEL ALARCÃO


Ateção: Os leitores que desejarem conhecer o discurso do Honoris Causa, Professor Doutor Onésimo T.Almeida pronunciado na Universidade de Aveiro, colocamos a disposição o link abaixo:

http://uaonline.ua.pt/upload/med/joua_m_2514.pdf





foto:Profa.Doutora Isabel Alarcão
Universidade de Aveiro,Portugal
     em 16/12/2013

Honoris Causa Onésimo.
Palavras da madrinha Isabel Alarcão

Prezado Onésimo (que não gosta de ser tratado por Doutor nem por Professor, como li num dos seus escritos. Vou respeitar, prometo)

A Universidade de Aveiro, através do seu Reitor, incumbiu-me de apresentar à comunidade universitária — e aos amigos que se quiseram associar ao nosso 40º aniversário — a figura de Onésimo Teotónio Almeida a quem o Conselho Científico decidiu, por unanimidade, atribuir o título de Doutor Honoris Causa.
É para mim uma honra, uma alegria e uma responsabilidade “amadrinhar” o novo doutor, se me permitem este neologismo, figura de estilo tão habitual nos textos do nosso homenageado. A responsabilidade é muito grande e ia aumentando à medida que as minhas leituras me iam embrenhando no seu pensamento complexo, embora enroupado numa linguagem clara e atraente.
Na minha apresentação podia quedar-me pela leitura analítico-interpretativa do seu vasto currículo. Preferi uma abordagem mais pessoalista, relacionando o registado no papel com o que a minha memória recorda dos contactos (infelizmente poucos) que com ele já tive. Assim, gostaria de a todos convidar a descobrirem comigo a pessoa de Onésimo, em primeira mão a partir da sala de estar da sua casa, pois tenho para mim que o modo como organizamos o nosso espaço habitacional diz muito da pessoa que nós somos.
Sala ampla, aberta ao jardim, cheia de luz e harmoniosamente decorada, onde não falta a cultura expressa em quadros, em livros e em discos ou CDs nem as fotografias com que o exímio fotógrafo regista pessoas, momentos e lugares. As plantas do interior trazem para dentro de casa um pouco do seu jardim, os sofás convidam a uma boa e prolongada conversa. Uma pessoa sente-se lá muito bem e qualquer um que chegue tem sempre lugar.
Neste espaço habita o irrequieto Onésimo Almeida, o homem de cultura, o leitor compulsivo, o escritor, o conversador inveterado, o comunicador atraente, o humorista.
É lá que recebe os amigos e conversa. E como sabe conversar! A sua capacidade de comunicação e os temas de conversa que nos traz são contagiantes. Dotado de um poder de palavra extraordinário, uma memória privilegiada, uma arguta capacidade de observar e de analisar criticamente, é bom estar com Onésimo.
O poder da sua palavra encanta não apenas quando interage face a face. O mesmo acontece na escrita, uma escrita que frequentemente assume características do que eu me atreveria a chamar de videográfica. Resolvi trazer um exemplo e peço-vos que tentem imaginar a cena em vídeo. Vou dar-lhe a voz: “observe-se como um grupo de patrícios organiza algo tão simples como um passeio de grupo em dois ou três carros. Multiplicam-se as opiniões, expressas ao mesmo tempo, e em tom de voz alto para ser ouvido no meio do barulho dos outros. Cada um achando que a sua sugestão sobre o trajecto será a melhor. Depois, o combinado entre todos acaba de um momento para o outro por ser completamente alterado ao menor pretexto e as combinações iniciais vão-se todas por água ao baixo. De um momento para o outro, está-se de novo na estaca zero”.
Numa escrita circunstanciada, transparente e estimulante, plena dos tais criativos neologismos e inesperados jogos semânticos, o autor retrata-nos o quotidiano trivial em centenas de crónicas, ao mesmo tempo que, como pensador, “denuncia as grandes questões que subjazem à espuma dos dias”. Impossível separar o cronista do pensador.
Açoriano de origem, encontra-se radicado nos Estados Unidos, em Providence, desde 1972, tendo-se doutorado em Filosofia na Brown University, onde exerce a docência como Professor Catedrático, nas áreas de Filosofia, Cultura e Literatura, tendo ajudado a criar e dirigido o Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros. Profundamente integrado na cultura americana “onde me sinto muito bem”, diz ele, não se desligou da sua terra natal, de tal modo que, para ele, o Oceano Atlântico, de tão familiar, se transformou num mero rio.
No seu livro, intitulado “ O Rio Atlântico” escreve: “Ao fim de vinte e cinco anos de fazer-me ponte sobre o Atlântico, pé-cá, pé-lá, desembarcando em Lisboa, Ponta Delgada, Lages ou Boston, o oceano tornou-se bem mais estreito e instalou-se-me num quotidiano de onde se vê sempre a outra margem, com as ilhas de permeio a facilitarem o salto”. É este o seu triângulo do coração. Açoreano em Portugal, Português na América, Americano nos Açores, como gosta de se definir é também um cidadão do mundo, um passageiro em trânsito (numa alusão ao título de um livro do seu patrício Cristóvão de Aguiar).
A temática da açorianidade é recorrente na sua obra. Em O peso do Hífen, reúne um conjunto de interessantes escritos sobre os luso-americanos e as suas vivências na 10ª ilha do arquipélago açoriano, a Lusalândia como lhe chama, um “pedaço de Portugal rodeado de América por todos os lados”. Numa óptica sociocultural, analisa o fenómeno da Diáspora açoriana e retrata-nos as dinâmicas da dialética entre enraizamento e desenraizamento, entre americanização e defesa da identidade açoriana. Numa perspetiva histórica, achei bem interessante perceber que, a um esforço de “americanização” no imenso melting pot americano, bem evidente até na osmótica transformação de nomes como Lourenço em Lawrence ou Medeiros em Mediros e Mendonça em Meadow, se sucedeu a chamada “integração em salada”, modalidade em que as várias etnias convivem sem perderem a sua identidade nem abandonarem as manifestações do que designa por “estruturas culturais profundas”
A identidade é, aliás, outro dos seus temas de eleição. A ele voltarei mais tarde para agora salientar a sua faceta de viajante cultural.
A sua presença no mundo tem o levado a proferir conferências em países tão diferentes como Canadá, Argentina, Brasil, Colômbia, Tailândia, Caraíbas, Alemanha, França, Hungria, Noruega, Islândia, Moçambique e outros mais.
Para além das viagens no sentido real, delicia-se a passear pelo mundo da literatura. No seu mundo intelectual co-habitam escritores e pensadores como Antero de Quental, Fernando Pessoa, Vitorino Nemésio, José Saramago, Jorge de Sena, José Rodrigues Miguéns, Natália Correia, Eduardo Lourenço, José Enes. A sua ligação à nossa história literária, associada à sua criatividade resulta em títulos sugestivamente decalcados como “Viagens na minha era”, “Quando os bobos uivam” ou “A sapateia americana” .
Humorista é uma das facetas que o caracteriza, humor que se manifesta nas inúmeras estórias com que nos brinda ou “incluindo-o à sorrelfa” no seu discurso, mesmo no mais sério. Sendo este um dos seus traços, eu não poderia deixar de contar uma delas, pedindo desculpa por nem de longe me assemelhar a ele na capacidade de “contadora de histórias”.
Estava um dia Onésimo numa taberna em S. Jorge quando a terra começou a tremer. Os abalos sucediam-se, uns com mais intensidade, outros mais fracos. As pessoas assustadas, claro. Um velhote, porém, mantinha-se muito calmo. As pessoas perguntavam-lhe: “De que grau foi este, Ti Ventura?” E ele: “Grau 3”. Novo abalo. Nova pergunta: “ E este agora?” Resposta serena e calma do Ti Ventura: “Grau 5”. Onésimo, intrigado com a sabedoria do velho, perguntou-lhe como é que avaliava o grau dos abalos. Resposta do Ti Ventura: “O’me, é conforme o medo” (Desculpe, Onésimo, mas eu tive de alterar um pouquinho para evitar aqui o português vernáculo.
De Onésimo Almeida, as pessoas conservam muitas vezes a ideia do cronista e contador de estórias. Mas Onésimo é também um notável filósofo e ensaísta que Miguel Real, na sua obra, “O pensamento Português Contemporâneo (1890-2010) c
oloca ao lado de Teófilo Braga, Antero de Quental e José Enes, três outros pensadores açorianos. A sua veia de filósofo tem vindo a acentuar-se, ou, pelo menos, a desvendar-se ao público nos últimos anos, como atestam os livros “De Marx a Darwin. A desconfiança das ideologias (2009), O Peso do Hífen. Ensaios sobre a Experiência Luso-americana (2010) e Utopias em Dói Menor. Conversas Transatlânticas com Onésimo (2012).
Nos seus ensaios a escrita é lógica, racional e baseada em evidências, sempre que possível, ou deixando uma porta aberta ao questionamento quando ainda sente as ideias envoltas em nevoeiro. Para ele, ”a filosofia é a conversa mais exigente de todas em termos de rigor”. Em de Marx a Darwin navega nos meandros da ciência nas suas relações com a filosofia, sublinha o atual primado da biologia e da genética, redimensiona a relação entre cultura e natureza, salienta o reconhecimento da ignorância como saudável atitude fundacional.
Considera até que “uma das marcas fundamentais do nosso tempo é a consciência da Nossa ignorância”. Pois é, Onésimo, sê-lo-á no mundo da ciência. Mas fora desse universo, deparamo-nos, cada vez mais com gente que imponentemente fala de tudo sabendo pouco de nada!
Propenso a filosofar, analisa a sociedade criticamente, questiona conceitos, valores e teorias, considera as utopias como forças motoras de mudanças capazes de dar sentido à vida. “Sociedade sem ideais não vai a lado nenhum” é o título de uma das suas muitas entrevistas.
Frequentemente questionado sobre o conceito de identidade, Onésimo estabelece uma distinção interessante entre dois conceitos vulgarmente confundidos: carácter nacional e identidade cultural. O primeiro, voltado para o passado, traça as linhas de força de uma cultura. O segundo, virado para o futuro, apresenta-se como “ o conjunto de ideais que norteia uma comunidade, aquilo que se deseja”. É a identidade como relação, como “união de vontades “e ponte que se lança entre o presente e o futuro.
Ao dizer “que é sempre muito mais dinâmico e produtivo concentrarmo-nos no futuro, no conjunto de valores que unem uma comunidade do que no passado”, penso poder descortinar o seu ideal para um Portugal renovado, o seu Portugal para o qual olha com olhar crítico, mas com esperança.
Clara Ferreira Alves, em entrevista em Junho de 2013 descreve-o como “um intelectual português que pensa as questões da identidade como poucos as pensaram. Com erudição e lucidez. Sem desânimo.”
A vivência da sua dupla identidade, do ser e não ser, do estar e não estar propiciam-lhe um olhar distanciado sobre Portugal e os portugueses e, simultaneamente, uma comprometida afeição com o país, o nosso.
Vê-nos como pessoas plenas de humanidade, emotivas (no seu melhor e no seu pior), capazes de estabelecer redes relacionais, amantes da paz e da liberdade, com um passado esplendoroso na abertura ao mundo e ao desenvolvimento da ciência.
Mas a sua pertença não o inibe de ver também aspetos menos positivos. Assim, nós portugueses aparecemos nos seus ensaios como auto-infantilizados, sempre prontos a atirar as culpas para os outros, com grande tendência para nos auto-flagelarmos, oscilando entre um excessivo otimismo e um pessimismo depressivo, vivendo momentos de incerteza e falta de confiança, desprovidos de utopias, mais interessados em defender a nossa imagem do que em argumentar em favor das nossas ideias, mantendo do passado o receio do debate.
Vou regressar à sua sala de estar, por onde nos lançámos à descoberta de Onésimo. Quem me escuta, ter-se-á porventura perguntado quando e porquê entrei eu na dita sala. Corria então o ano de 1999. Onésimo convidou-me para proferir uma conferência na Brown University, instituição que visitei ciceronada por ele próprio e onde explorei o modo como a Universidade recebia os seus novos alunos. Era então Vice-Reitora para os Assuntos Pedagógicos e estava interessada em desenvolver, em Aveiro, um programa de acolhimento, num tempo que hoje, olhando para trás, considero ter sido ainda a destempo. Neste ano que agora finda, e que o Senhor Reitor elegeu como o Ano do Ensino, fica bem não só regozijar-me pela institucionalização do sonhado programa, mas também analisar a figura do nosso novo doutor na sua faceta de docente universitário.
Direi primeiro que muitos dos seus ensaios têm origem nos temas tratados nas aulas. É o caso do livro “De Max a Darwin”, um sub-produto, dir-se-ia hoje em linguagem economicista, dos debates na disciplina “Valores e Mundividências” que ministra para os alunos do 4º ano. Nas suas aulas interpenetra-se a docência e a investigação pois, como ele próprio afirma, “as aulas são o local privilegiado para os professores partilharem os resultados da investigação em que se ocupam. Os alunos são os nossos primeiros críticos”.
Dos alunos, ele diz :”Gabo com frequência os alunos que a sorte me deu na Brown”. E não gaba apenas os estudantes dos anos mais avançados, mas também os do 1º ano, que os tem numa disciplina em que aborda as questões da modernidade, 12 alunos à volta de uma mesa, um “mimo” que a Brown oferece aos recém-chegados, ou seja um seminário orientado por um professor catedrático. Eu chamar-lhe-ia também um mimo para os professores.
Mas se esta é a perceção que ele tem dos seus alunos, estes, por seu lado, admiram-lhe a proximidade (que não é inimiga do rigor e da exigência), a disponibilidade, o poder de escuta e de compreensão, o modo como confia nas suas capacidades e lhes concede autonomia. Nele coabitam dois grandes ingredientes da pedagogia: a capacidade de desafiar e, simultaneamente, a de conceder apoio sem protecionismo. O seu profundo espírito de curiosidade intelectual, que contagia, aliado ao gosto pelo confronto de ideias, dá à sua docência um tom de diálogo. Das suas aulas faz um lugar de debate, onde se aprofundam ideias e argumentos e onde cada um tem direito a ter a sua própria voz
Mas há mais a salientar. O seu amor a Portugal, aos Açores, à cultura, evidencia-se na sua faceta de “passador de culturas”, de tradutor, de editor. Nesta frente, fundou a editora Gávea Brown, que dirige, e a revista homónima, ambas dedicadas à edição, em inglês, de obras de literatura e cultura portuguesas. É co-editor do e-journal of Portuguese History e de uma revista de Estudos Pessoanos, editadas em cooperação internacional e também publicadas na Brown.
Como excelente comunicador que é, fica muito bem nos cenários radiofónicos e televisivos. E assim, para além de aparições mais fortuitas, mantem, desde 1979, um programa bimensal (Daqui e da Gente) no Portuguese Channel de New Bedford, onde leva portugueses que por lá passam. Também me levou a mim. Caía um forte nevão, a estrada estava muito perigosa, mas era preciso conduzir para chegar a tempo de entrar no direto.
É Faculty Fellow do Wayland Collegium for Liberal Learning, membro de várias sociedades e associações, de que destaco a Academia Internacional da Cultura Portuguesa. Entre distinções e prémios, recebeu o título de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Na Universidade de Aveiro também já nos habituou à sua presença e podemos considerá-lo um parceiro no desenvolvimento da nossa instituição. Para além da participação em encontros, congressos, seminários e aulas, é membro do conselho científico da Revista da Universidade de Aveiro/Letras, tem atuado como conselheiro na elaboração do projetos de investigação e integra o Painel Internacional de Acompanhamento da Escola Doutoral.
Na proposta de concessão do título apresentada ao Conselho Científico, pode ler-se: “A colaboração deste conhecedor atento da academia lusa bem como do diálogo intercultural que estabelece pontes entre as diferentes margens do Atlântico, em muito tem
contribuído para dignificar e prestigiar a Universidade de Aveiro. A sua personalidade solar, marcadamente entusiasta, jovial e dinâmica, características indispensáveis ao ofício e à paixão do conhecimento fazem, do Professor Onésimo Teotónio Almeida, uma “boa companhia”. E a UA, que agora celebra 40 anos, tem-se construído em “boas companhias”.
É esta uma figura que em si harmoniza as facetas de homem de cultura, leitor compulsivo, escritor atraente, humorista, comunicador inveterado, professor universitário, intelectual, estudioso, o humano humanista que filosofa a partir da realidade que observa, analisa, interpreta e interpela. É para esta personagem que, fazendo-me intérprete da vontade da comunidade universitária aveirense, solicito ao Excelentíssimo Senhor Reitor se digne outorgar-lhe o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro.

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