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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de José Barbosa, “Milhafre” – Dito por Olegário Paz (som)
Comunidades 09 fev, 2013, 20:03

José Barbosa, “Milhafre” – Dito por Olegário Paz (som)





Açorianidade - 138
[José Barbosa, "Milhafre". Carlos Alberto Moniz, "Recado"]

PorqueHojeEhSabado 
2012.02.09

 


José Barbosa, "Milhafre" - Dito por Olegário Paz (som)

MILHAFRE

 


Meu velho donatário destas ilhas
Açor… Queimado… o nome que te importa!…
Da tua realeza há séculos morta,
Li, algures, estranhas maravilhas.

Eras tu único senhor e rei
Destes pedaços dum morto continente,
De ti falou a antiga e brava gente,
Que o Mar domava a seu capricho e lei.

O teu grito de guerra percutia
Nos picos altaneiros e desertos
E só de ouvi-lo o Vale estremecia
E o horror gelava os ninhos mais despertos.

Foste grande, temido e odiado,
E, hoje, na mata escutas taciturno,
Do mocho, apático, o requiem nocturno,
Pelo seu rei, vencido e destronado.

Pobre milhafre, agora em vão ensaias
Voos de águia a roçar o céu…
Já não estão desertas estas praias,
Nem o mar que julgaste apenas teu…

Quase um herói das velhas descobertas,
Inda hei-de ver-te à beira dum atalho,
Espetado num pau, de asas abertas,
Posto a apodrecer feito espantalho…

Tu que eras sanguinário como um cafre,
Pirata mor das terras do teu nome,
De nada valem, se te aperta a fome,
Teus prolongados gritos de milhafre… 

E se apareces, vendo-te, escarninha,
A garotada, cá de baixo, grita:
– «Dá uma volta e eu dou-te uma galinha!»
E, que tu lhe obedeces, acredita.

E ai de ti sem eira ou simples beira,
Onde te acolhas, pra acabar teus dias,
Rei transformado em arlequim de feira,
Coberto de sarcasmos e ironias.

Comparo o teu destino ao dos tiranos,
Que um dia escravizaram multidões
E acabam sempre, no rolar dos anos,
Provando a lei das vis humilhações. 

José Barbosa,
Coração nas mãos,
Ponta Delgada, Edição do autor, 1914.

José  Leite Barbosa (1893-1972), dramaturgo, jornalista, poeta, natural de São Paulo, Brasil, residiu e trabalhou na Fajã de Baixo, ilha de S. Miguel e na cidade de Ponta Delgada onde veio a falecer.

Imagem de  http://www.birdguides.com/species/species.asp?sp=030029

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