PASTORIL
Era sereno o Céu, era azulado,
Fresca a manhã, as silvas verdejantes,
A campina viçosa e o sol já nado,
Pelos outeiros sebes odorantes.
Pelo esguio ribeiro e no valado
Vão as águas correndo sussurrantes,
Cantarolando como viandantes,
A tudo dando vida, ao campo e ao gado.
Guardado sob os olhos do Senhor
Olha o rebanho e vai tocando avena
O rústico aldeão, feliz pastor.
Quem dera ser – aspiração tamanha,
Ó paisagem romântica e serena,
Erva do prado ou urze da montanha…
José de Medeiros Tavares,
“Pastoril”,
in Atlântida, Angra do Heroísmo, IAC, março/abril, 1959.