Cais da solidão
Com o azul do mar
escrevi na branca espuma
palavras de sonho.
Pensamentos absortos…
Tripulantes de uma barca sem leme,
onde navega o vazio da bagagem da saudade.
Agulha louca de uma bússola desnorteada.
Azimute perdido de rotas imaginárias
em cartas não existentes.
Na esperança que uma mão amiga
as viesse arrebatar ao suplício das vagas…
Essas palavras que atirei ao mar
chegaram a esse cais (des)governado pela solidão,
transformadas em murmúrios e poemas.
José M. Raposo,
in Despi a alma no cais da solidão,
Mill Valley, Califórnia, E. U.A., Yellow Publications, 2002.
Raposo, José Manuel Vicente Jorge, (1950), empresário, ativista cultural, natural da freguesia de Candelária, ilha de S. Miguel, reside na cidade de Novato, Califórnia, E. U. A.