Ansel Adams (1963)
EXÍLIO
Da Pátria,
Cá só nos resta a Língua
E pouco mais…
Que o termos tido a glória
De termos sido outrora
Terra de Corte Reais,
Se desfez,
À míngua de lembrança…
E resta-nos também esta verdade:
De nos restar da Pária a melhor parte…
Os heróis fazem-se pedra
Ou viram pó.
A Língua não tem fim,
Ela só medra
Por toda a eternidade.
Toda a obra do homem se desfaz,
Delida pelo tempo
Ou a desgraça.
A Língua, que se aprende
E que se passa,
Só ela cresce,
Melodiosa e pura,
Na alma do povo que a fala
E em cada dia
A recria…
E é assim que, neste exílio triste,
Nos assiste
E nos consola
Esta verdade:
Que da Pátria
Nos resta a melhor parte
E a maior glória.
José Serpa (inédito)
José Joaquim Serpa (1937) professor, poeta, natural do Lajedo, ilha das Flores, trabalhou na freguesia dos Flamengos e na cidade da Horta, ilha do Faial, e em Caldas da Rainha, em Lisboa e nos Estados Unidos da América onde reside.
FOTO de http://photojournalistjournal.blogspot.ca/2011/08/ansel-adamsdunes-oceano-california.html