[Luís Leal Moniz, “Sorte companheira do azar”. João Esteves, (Música, viola e voz)]
SORTE COMPANHEIRA DO AZAR
Entre tantos ventos fortes
Tantos brados, tantas vozes
Algo me chama, correm em mim notícias
Talvez fortuna, talvez do contrário da sorte
(que é o azar)
Entre ventos e tempestades
Ondas fortes esbarrando na muralha
O som parece de batalha
Mar de sangue, mar escuro deitado na noite
Porque afastas de ti as gaivotas?
Ruínas, trapos, farrapos, derrotas
Ventos, chuva cinzenta, espírito no ar
Gaivotas em terra, leões no mar
Rugindo para o mundo
Rugindo do abismo
Todo o mar é narcisismo
E só tem a terra para o controlar
Luís Leal Moniz,
In Sobre linhas tortas,
Póvoa de Santa Iria, Editora Lua de Marfim, 2014