Açorianidade – 107 [Manuel Alegre, “Código”. Aníbal Raposo, “O meu canto”]
(Andy Warhol -‘Vesuvius’ 1985)
CÓDIGO
Vitorino Nemésio traz Margarida
Pela mão. E vem Raul Brandão
com sua ilha em frente: a mais apetecida.
Mas eu oiço o vulcão a pulsação
a linguagem secreta
transmitida
de poeta a poeta.
Ouço o mistério o cedro a música da lava
o rumor mineral e o canto
subterrâneo. O código e o sinal.
Tudo é ritmo e palavra
celebração imagem lugar santo.
Manuel Alegre,
Escrito no mar: livro dos Açores,
Lisboa, Sextante Editora, l.da, 2008.
Manuel Alegre de Melo Duarte (1936), poeta, escritor, político, é natural da cidade de Águeda. Exilado, regressou a Portugal em 1974. Reside e trabalha em Lisboa.
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