Memória de um Fingidor é o novo título do escritor Olsen Jr sob o selo da conceituada Editora Insular dirigida por Nelson Rolim um dos grandes nomes do mundo editorial do Sul do Brasil.
Cada apresentação de um novo livro de Olsen é aguardada com muita expectativa pela crítica e pelo público leitor.
Tudo isso porque o nosso último viking,alma guerreira, faz da sua palavra escrita uma arma de luta contra a mediocridade e o cinismo social. Por outro lado, sua voz com frequência deságua no mar da humanidade e seu olhar perambula pelo ser e seus condicionamentos sociais regrados por tantos padrões. Por isso, é um escritor inquieto em constante desvendar .
Suas crônicas revelam uma narrativa rica das pequenas coisas e fatos do dia a dia. Texto curto, possui a essencialidade da palavra. Impecável. Seus sentimentos quando expressos o são por inteiro,na maior frontalidade. Deambulam inconformismos, afrontas,descasos,ironia nem sempre sutil. Fatos corriqueiros mas que encerram a universalidade. E o leitor se identifica com os personagens que passeiam por suas histórias e fazem imenso sentido para a sua realidade ou o seu imaginário. Será por isso que Olsen Jr. é tão popular?
Na verdade, Olsen Jr com sua pena “intisica”. Provoca e espera a reação. Sua pena afiada está ali em riste, contundente, crítica. Memória de um Fingidor traz a marca inconstestável do escritor que veio do Oeste,passou pela galega Blumenau, atravessou a ponte Hercílio Luz e aqui ficou enamorado por Catarina, a Ilha.
Oldemar Olsen Jr. nasceu em Chapecó (Oeste de Santa Catarina) em 1955. É formado em Direito pela FURB, de Blumenau e tem especialização em nível de Mestrado, na UFSC, de Florianópolis. É jornalista e escritor.
Na década de 1970 participou de vários movimentos culturais compondo o que ficou conhecido como a “resistência” ao regime estratocrático que se aboletara no país e que durou 21 anos. Seja organizando o jornal alternativo “Acadêmico”, premiado pela Parker Pen do Brasil como um dos melhores informativos -nível universitário- do país (São Paulo, 1976) e pela União Brasileira de Escritores, seccional do Rio de Janeiro, pelo Mérito Cultural (Rio, 1981) ou ainda, organizando os Festivais Universitários da Canção e Salões de Artes Plásticas, Cooperativa de Livros, Festivais de cinema Sujper 8, Concursos Literários (poesia e contos) para Universitários Brasileiros. Inovador fundou editoras em Blumenau ( Editora Acadêmica e a Editora da FURB), em Florianópolis (a Editora Paralelo 27 e a Editora Obras Jurídicas).
O escritor Olsen Jr. afirma que pensa o livro como se fosse um filme.
No caso de Memórias de um Fingidor, por exemplo, todos os capítulos começam com manchetes de notícias publicadas em jornais no dia 04 de fevereiro de 2003. No final de cada capítulo há a indicação de um ano que remete a algum fato mencionado naquele período. A cronologia avança gradativamente em sintonia com a narrativa (1958 – 2003) até coincidir com a data em que o narrador se encontra.
A data assinala o incidente que inspirou a história narrada em cadência com o tempo datado. Refere-se ao dia em que o narrador do livro comparece ao velório da primeira mulher que amou. Depois da dolorosa despedida, o destino é um bar, onde entra em ação a memória. Logo ele vê que passou 45 anos em revista, em uma tarde. Tarefa difícil – mas nada que 15 cervejas não resolvam, como analisa humoradamente o autor.
Quanto a sua produção literária,destaca-se:
” Desterro, SC” foi considerado pela Câmara Brasileira do Livro, como um dos 10 melhores livros contos publicados no Brasil em 1999 e esteve na finalíssima do Prêmio Jabuti de 2000″.
“Os Esquecidos do Brasil”, contos.
Editora Paralelo 27, Florianópolis, Sta. Catarina, 1993. Prêmio “Revelação” da Academia Catarinense de Letras.
Desterro, SC”, contos.
Editora Paralelo 27 em co-edição com a Editora Insular. Florianópolis, Sta. Catarina, 1998. Finalíssima do Prêmio Jabuti de 2000, da Câmara Brasileira do Livro.
“Estranhos no Paraíso”, romance.
Editora da UFSC, Florianópolis, 2000. Finalíssima do Prêmio “Virgílio Várzea” de ficção oferecido pela Fundação Catarinense de Cultura, 1989,
“Confissões de um Cínico”, crônicas.
Editora Letra D’Agua, Joinville, Sta. Catarina, 2002.
“O Burguês Engajado”, novela.
Editora Letras Contemporâneas, Florianópolis, Sta. Catarina, 2003.
“A Cidade dos Homens Indiferentes”, contos.
Editora Letras Contemporâneas, Florianópolis, Sta. Catarina, 2005.
Olsen Jr. se define como um existencialista, do tipo Sartriano (para quem o homem é uma paixão inútil, mas ainda assim, uma paixão); na política, considera-se um brasileiro perplexo, embora consiga manter em alta suas convicções de um dia viver em um mundo mais fraterno. Para isso o seu empenho, dentro da área que escolheu: a literatura, no sentido de (re)vitalizar a participação crítica do homem na realidade, assegurando a liberdade de expressão e a iniciativa de tentá-la, interagindo e fazendo valer, dialeticamente, este equilíbrio que se busca. Dele já afirmou Rodolfo Konder Olsen consegue confirmar a verdade do que disse certa vez o Velho Bruxo argentino Jorge Luís Borges: ser escritor não é uma profissão, é um destino.
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Fonte: O texto em epígrafe foi baseado nas informações divulgadas pela Editora Insular.