Meus queridos amigos do Emílio Porto
Foi em suspensão serena
que ele nos deixou
porque nunca a alma sua
se lhe há-de morrer
…
Aproveito a pausa
para
no desconforto de orfeão em silêncio
lançar na pauta da nossa irmandade de meio século
um nota de dor simples
sentida saudade
da voz gutural do cantor da montanha
do dono dos gestos de vento
regendo o nosso canto de mar
em eterno entusiasmo
de brisa salgada de terra
Saudade sentida
do irmão que atimou em cancioneiro
linhas urdidas do meu andar de longe
…
Tudo em suspenso
por agora
Temos de quebrar a barra
voltar ao sol do princípio
abrir um compasso pleno de tempo
num encontro de memórias
para de Emílio celebrar a vida
José Costa, em Smithfield, Abril 2012