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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de NÃO ESTOU LONGE – SOMENTE ESTOU DO OUTRO LADO DA VIDA.—
Terezinha Kuhn Junkes
Comunidades 26 nov, 2012, 05:12

NÃO ESTOU LONGE – SOMENTE ESTOU DO OUTRO LADO DA VIDA.— Terezinha Kuhn Junkes




Lauro Junkes nos Açores ao lado dos amigos escritores brasileiros e açorianos: Semy Braga, Eduíno de Jesus, Daniel de Sá e Luís Fernando Veríssimo.

NÃO ESTOU LONGE – SOMENTE ESTOU DO OUTRO LADO DA VIDA.

Quem foi Lauro Junkes?

Incontáveis horas, poderíamos discorrer sobre o Prof. Lauro Junkes. Buscando no tempo, encontramos o menino do interior, nascido em Antônio Carlos, em 09 de março de 1942 que, aos 8 anos, foi morar com os tios em Betânia, município de Angelina, para poder frequentar o então curso primário – atravessava morros a pé, sozinho, em estreitas trilhas para vencer o matagal. Enfrentava o medo de tropas de bois vindas do Planalto Catarinense. Horas de caminhada para visitar a família a cada 2 meses.

Aos 12 anos, foi para o seminário dos Franciscanos, em Rodeio, passando por Agudos, Curitiba e Petrópolis, de onde, já com o hábito de noviço e concluído o curso de Filosofia, percebeu não ser aquela sua vocação.

Em 1972, formou-se em Letras e, em 1973, bacharelou-se em Direito. Já casado, esperando nossa primogênita, surpreendeu-me o não-optar pela Magistratura, pois havia recebido, durante o curso, o prêmio de melhor aluno – A Literatura era sua aliada. A linguagem literária corria-lhe nas veias… e sua dedicação à Crítica Literária se intensificava à medida que somava à prática os cursos de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado. Seu entusiasmo pela Literatura de Santa Catarina contaminava os alunos da Universidade Federal de Santa Catarina, onde lecionou por mais de 33 anos. Aposentado, continuou a orientar, até sua partida, mestrandos e doutorandos que desenvolviam pesquisas relacionadas a autores catarinenses.

O prazer de ler; o prazer de anotar, mesmo nos menores pedacinhos de papel que carregava no bolso; o prazer de comentar aumentavam a cada livro cuidadosamente analisado, buscando, generosamente, o que continha de melhor, no intuito de divulgar o trabalho do escritor – não só do já conhecido como também dos novos que se aventuravam pela trilha da escrita.

Saudade em lembrar o Acadêmico Lauro, assíduo Presidente da Academia Catarinense de Letras por 3 mandatos – período em que as Academias do Estado atravessavam a ponte Hercílio Luz para compartilhar, com a ACL, suas conquistas e dificuldades; trocar experiências, nos congressos anuais das Academias. E os autores reavivados através do seu garimpo constante e silencioso: Altino Flores; Virgílio Várzea; Juvêncio de Araújo Figueredo; Santos Lostada; Maura de Senna Pereira; Luiz Delfino; Cruz e Sousa, e tantos outros.

Somando-se a isso, nosso herói incansável, com um pequeno número de acadêmicos-seguidores – prof. Celestino Sachet, Flávio José Cardozo; Júlio de Queiroz atravessaram a ponte, indo ao encontro de muitas Academias e de tantos Colégios para falar sobre a Literatura de Santa Catarina.

Quem não lembra o seu entusiasmo nos congressos das Academias, quando dizia: ¨A ponte une! Precisamos ser ponte!¨ E como a ponte Hercílio Luz, cartão da nossa bela Ilha da magia, continuas a Ponte-Luz no imaginário de tantos escritores e Academias. Continuas Ponte-Luz para os incontáveis amigos com os quais conviveste nas mais diferentes esferas sociais e, principalmente, meu Querido, continuas Ponte-Luz para mim e para nossos filhos: Tatiana, Larissa e Lauro Filho.

Por mais que eu me alongasse em tecer-te feitos, não conseguiria esgotá-los, pois tua vida foi pautada em realidades sólidas – Fé, Espiritualidade, Justiça, Generosidade, que tão bem nos ensinaste com tua vivência: Família – teu estar bem ligava-se essencialmente à nossa felicidade; Cultura – não almejavas glória. Teu garimpo silencioso e constante direcionava-se para aqueles que não tinham como dispor de alguma quantia para a compra de um livro. E, assim, através do Conselho de Cultura, de que por tantos anos fizeste parte, conseguias que os autores catarinenses chegassem às bibliotecas e às escolas. E foi este o destino que nós, teus familiares, demos a mais de 10.000 exemplares do teu acervo. Tenho certeza de que aplaudes nossa iniciativa, pois contigo aprendemos a lição do doar-se.

Tu és um imortal, sim, Lauro. Não porque pertenceste à Academia Catarinense de Letras e a outras instituições, e, sim, porque deixaste um legado às gerações. O Portal Catarina, recém inaugurado na Universidade Federal de Santa Catarina, disponível gratuitamente a quem quiser clicar em www.portalcatarina.ufsc.br foi por ti idealizado e, por ti, mesmo quando a doença dividia espaço com tuas forças, teve seus primeiros volumes digitalizados – patrimônio-cultural imensurável.

Após 8 anos de enfrentamento com o câncer, em uma quarta-feira ensolarada de outubro de 2010, partiste. Partiste, sim – sem te fazer ausente – porque, como em Ausência, de Carlos Drummond de Andrade, tua Ausência se faz presença.

Por muito tempo achei que a ausência é falta

E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

Ausência é um estar em mim.

E sinto-a tão pegada, aconchegada nos meus braços

(…)

Porque a ausência, esta ausência assimilada,

Ninguém a rouba mais de mim.

___________________________________________________________________________________________

Nota: A autora, Teresinha  Kunh Junkes é professora de Portugues da Universidade Federal de Santa Catarina, área:Linguística. Mulher de Lauro Junkes há mais de 40 anos. Mãe de seus filhos Tatiana,Larissa e Lauro Jr. Teresinha, esposa, amiga e companheira,atenta leitora e revisora. Sua alma. 

Em sua homenagem, a família está levando à sociedade cultural-catarinense a pesquisa deixada, praticamente concluída, por Lauro Junkes. Em conversas com a esposa, Profa. Terezinha, o volume – Literatura InfantoJuvenil – seria o primeiro a ser publicado. Em respeito à sua vontade, este é o primeiro dos cinco títulos, seguidos de: Contos e Crônicas; Novela; Romance; Poesia, confirmando o que diz Santo Agostinho “O homem não morre enquanto for lembrado pelas pessoas com as quais conviveu.”

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