Esta é uma época de celebrações em que existe um sentido que nos lembra a condição e as circunstâncias que configuram o espaço da nossa vivência pessoal. Neste âmbito, destacam-se momentos e manifestações que nos incutem um espaço que na sua vastidão nos permite refletir. E refletir devemos, em regime de reencontro e de re-conhecimento a um melhor equilíbrio, o qual nos possa oferecer os nexos de unidade de uma essencialidade humana, ponte entre um mundo através do qual a aproximação seja possível, e onde nos possamos relacionar.
São os votos do Comunidades de que em 2016, ao alargar-se a esfera das relações humanas e pessoais, haja uma consciência pragmática das dificuldades com ancoragem em substratos que despertem as melhores realizações de união em família, amizade e humanidade.
FELIZ ANO a todos!
Irene Maria F. Blayer
31 de dezembro de 2015
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POR ESTE ANOITECER…
Por este anoitecer, o ano acaba.
Cinzento e azul no céu por entre as árvores,
acaba o calendário. Muitos crimes dele
serão futuras efemérides nos outros
que, folha a folha, acabarão também.
Como anoitece igual este ano às noites
com que, dia por dia, o ano foi passando
gregorianamente. O mundo ocidental,
cesáreo, atlântico, ex-mediterrânico,
conta do Cristo. Mas os outros mundos
também contarão dele, quando este ocidente
deixar de fingir dele – os deuses morrem –
para funções de calendário laico.
O tempo passa, os calendários mudam,
na vida e morte as horas se sepultam.
E, no entanto, o tempo vai connosco;
é desta terra só, e só por haver outros
que de outros astros são por haver este
diverso tanto a cada movimento.
Por este anoitecer, o ano acaba.
Jorge de Sena