Será lançado nacionalmente, nesta sexta-feira, dia 19, em Florianópolis e Curitiba, o filme “O Contestado – Restos Mortais” (118 min., cor/PB), de Sylvio Back, o premiado diretor catarinense (natural de Blumenau) de “Aleluia, Gretchen”, “Yndio do Brasil”, “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” e “Lost Zweig”, “Lost Zweig” e o inédito “O Universo Graciliano”. O longa-metragem será exibido em cinco capitais: em seguida, Porto Alegre (09/11), Rio de Janeiro e São Paulo (23.11).
Envolvendo de um lado milhares de posseiros, pequenos proprietários, comerciantes, autoridades municipais, índios, negros, imigrantes europeus e fanáticos religiosos e, do outro lado, a repressão do Exército e forças militares regionais associadas a “coronéis” e seus jagunços, o terrível embate ensanguentou o centro-oeste de Santa Catarina numa luta fratricida que mesclava a luta pela terra, surto messiânico e até anseios separatistas.
Produzido, filmado na região Centro-Oeste de Santa Catarina, e editado entre 2008 e 2010, o projeto de “O Contestado – Restos Mortais” remonta a 2004 quando Sylvio Back sentiu a necessidade de dar maior visibilidade e maior repercussão regional e nacional ao magno conflito da Guerra do Contestado.Uma história que faz parte da nossa identidade de catarinense e que não podemos esquecer. Sylvio Bach,ciente da data do centenário, neste 22 de outubro de 2012, planejou o seu lançamento dentro do Aniversário do Centenário da eclosão da Guerra do Contestado.
O tema já foi tratado ficcionalmente por Sylvio Back em “A Guerra dos Pelados” (1971), hoje um épico “clássico” sobre a questão fundiária no Brasil. Agora, ele retorna ao assunto, com o resgate histórico e mítico (através do transe de 30 médiuns em cena), iconográfico (inéditas imagens e músicas temáticas) e oral (a fala forte de descendentes dos rebeldes e de especialistas), dessa autêntica guerra civil nos sertões do sul até hoje submersa em mistério.
Para rastrear esses recônditos segredos, subentendidos nos testemunhos e nos “buracos negros” da história oficial, “O Contestado – Restos Mortais” envereda por uma insólita narrativa cinematográfica e incorpora o transe mediúnico à linguagem do filme como uma instância do inconsciente coletivo do homem, e assim, dos eventos do Contestado sendo redescobertos um século depois.
Segundo Sylvio Back, o transe mediúnico é algo suprarreal, situa-se no movediço território entre o racional e o místico, onde tudo é imaginação e imaginário. Por aí que o filme conduz a história da Guerra do Contestado a uma compreensão nunca antes alcançada.
Compõe o elenco de especialistas na Guerra do Contestado, de fora e de dentro da academia (mestres e doutores), cujos depoimentos permeiam e dão consistência ao discurso histórico e à polêmica de “O Contestado – Restos Mortais”, juntamente com o testemunho de descendentes dos rebeldes, trinta médiuns em transe, a vasta e original iconografia de imagens fixas e em movimento, como do insólito enterro do coronel João Gualberto em Curitiba, e da serraria norte-americana da Lumber em funcionamento, então (1915), a maior da América do Sul
“O Contestado – Restos Mortais” é uma produção da Usina de Kyno e Anjo Azul Filmes, com o patrocínio da CELESC (Centrais Elétricas de Santa Catarina), COPEL (Companhia Paranaense de Energia Elétrica) e SANEPAR (Companhia de Saneamento do Paraná), através da Lei do Audiovisual (Agência Nacional do Cinema–ANCINE); e apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina, FAPEU (Fundação de Amparo à Pesquisa Universitária) e da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Synopsis
With the witness of 30 mediuns in a trance, related to the surviving memory and the debate with experts, “The Contestado – Mortal Remains” is the mythical rescue of the so called War of the Contestado (1912-1916). Involving thousands of civilians and the military, the bloody episode erupted between the southern states of Brazil, Paraná and Santa Catarina, over border issues and land disputes, merged with the eclosion of a messianic outbreak of daring proportions.
Ficha técnica:
Equipe
Fotografia e câmara Antonio Luiz Mendes
Diretor assistente Zeca Pires
Som-direto Juarez Dagoberto
Montagem/edição Sylvio Back/PH Souza
Abertura/efeitos visuais Fernando Pimenta
Produção PH Souza
Produção executiva Margit Richter
Produção Usina de Kyno/Anjo Azul Filmes
Pesquisas, roteiro e direção Sylvio Back
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Sylvio Back: Biobliofilmografia
Cineasta, poeta, roteirista e escritor. Filho de imigrantes hún¬garo e alemã, é natural de Blumenau (SC). Ex-jornalista e crí¬tico de cinema, au¬todidata, inicia-se na direção cinematográfica em 1962, tendo realizado e produzido até hoje trinta e sete filmes – curtas, médias e onze longas-metragens: “Lance Maior” (1968), “A Guerra dos Pe¬lados” (1971), “Ale¬luia, Gretchen” (1976), “Revo¬lução de 30” (1980), “Repú¬blica Gua-rani” (1982), “Guerra do Bra¬sil” (1987), “Rádio Auriverde” (1991), “Yndio do Brasil” (1995), “Cruz e Sousa – O Poeta do Des¬terro” (1999); “Lost Zweig” (2003); “O Contestado – Restos Mortais” (2010); e “O Universo Graciliano” (2012, em finalização).
Publicou vinte e um livros (poesia, contos, ensaios) e os argu-men¬tos/roteiros dos filmes, “Lance Maior”, “Aleluia, Gret¬chen”, “Re¬pública Guarani”, “Sete Quedas”, “Vida e Sangue de Po-laco”, “O Auto-Retrato de Bakun”, “Guerra do Brasil”, “Rá¬dio Auriverde”, “Yndio do Brasil”, “Zweig: A Morte em Cena”, “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” (tetralíngue), “Lost Zweig” (bilíngue) e “A Guerra dos Pelados”.
Obra poética: “O Ca¬derno Eró¬tico de Sylvio Back” (Tipografia do Fundo de Ouro Preto, MG, 1986); “Moedas de Luz” (Max Limo¬nad, SP, 1988); “A Vinha do De¬sejo” (Geração Editorial, SP, 1994); “Yndio do Brasil” (Poemas de Filme) (No¬nada, MG, 1995), “bou¬doir” (7Le¬tras, RJ, 1999), “Eurus” (7Letras, RJ, 2004), “Traduzir é poetar às avessas” (Langston Hughes traduzido) (Memorial da América Latina, SP, 2005), “Eurus” bilíngue (português-inglês) (Ibis Libris, RJ, 2006); “kinopoems” (@-book) (Cronópios Pocket Books, SP, 2006) e “As mulheres gozam pelo ouvido” (Demônio Negro, SP, 2007).
Com 74 láureas nacionais e internacionais, Back é um dos mais premiados cineastas do Brasil. Sua obra poética, em especial, os livros de extrato erótico, coleciona uma vasta fortuna crítica. Em 2011, recebe a insígnia de Oficial da Ordem do Rio Branco, concedida pelo Ministério das Relações Exteriores pelo conjunto de sua obra cinematográfica e de roteirista.
Créditos Imagens: 1.Foto Filmagem: Claudio Silva
2.Foto Jagunços: Claro Jansson
3.Foto Sylvio Back: Mauro Vieira
Release e informações sobre o Filme: Assessoria de Comunicação Social, Jornalista Elisabeth Karan e Diretor Sylvio Back.