O Natal e a voz do amor
Longe de ser uma festa consumista, a data mais expressiva da cristandade é um momento de reflexão, de beleza, de união solidária. O Natal é a oportunidade do encontro, da reunião entre familiares e amigos, de crescimento e fortalecimento individual e coletivo. Esse significado parece distante, quando não arriscado, diante de situações cotidianas que enfraquecem as relações humanas. No trânsito, na fila do supermercado ou do banco, nas disputas esportivas ou político-partidárias, em diferentes circunstâncias da vida, o ser humano se esquece de ser humano. Torna-se escravo do egoísmo, do individualismo, muitas vezes da prepotência. Assume papéis que se opõem aos ensinamentos cristãos e, muito mais que isso, contrariam a própria essência existencial – que, em tese, deveria ser pautada pelo respeito, pela amizade, pela gentileza, pela fraternidade, pelo amor. Tomo emprestadas as sábias palavras do pontífice Francisco, espalhadas pelas redes sociais: “Muitas vezes o Natal é uma festa rumorosa: far-nos-á bem estar um pouco em silêncio, para ouvirmos a voz do Amor”. Nada mais cristão que isso, pouco importa a religião que professemos. Que sejamos todos, este é o nosso desejo, um pouco mais amorosos, compreensivos e fraternos, não só no Natal, mas em todos os momentos de nossas vidas, para que o mundo de cada um de nós seja um pouquinho melhor do que tem sido nestes tempos de tantas adversidades, ódios, disputas e contradições.
Carlos Damião
Natal 2013
Nota: Carlos Damião é jornalista. Assina uma das mais referenciadas colunas da Imprensa Catarinense – Ponto Final do jornal Notícias do Dia.