Mineiro de Ubá nasceu em 10 de maio de 1919. Estudou Filosofia e Teologia. Sua obra abrange poesia, romance, ensaio, crítica literária, análise política, vincula-se, cronologicamente, à Geração de 45. Foi crítico literário de O Globo ao longo de 25 anos, assinando a seção Porta de Livraria, onde divulgava as novidades literárias e noticiava fatos do mundo livreiro. Possui uma vasta carreira acadêmica e política em termos nacionais e internacionais. Recebeu o Prêmio Machado de Assis – 1994, pelo conjunto de obras, da Academia Brasileira de Letras, a mais alta láurea literária do Brasil. Em 2000, recebeu o título de Doutor Honoris Causa, da Faculdade de Letras do Conjunto Universitário de Ubá (MG) e o Diploma de Excelência da Universidade Vasile Goldis, de Arad (Romênia), pelo seu trabalho de difusão da cultura brasileira naquele país. Em 2003, inaugurou na Faculdade de Letras Ozanan Coelho, de Ubá, uma biblioteca de 34 mil volumes que recebeu o seu nome. Em 2004, o Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro outorgou-lhe o Título de Sócio Grande Benemérito.
Um escritor admirável e incansável em seu ofício de escriba e conferencista. Há dez anos é o Diretor Editorial do Jornal de Letras que ,acima de tudo, procura apresentar um panorama da produção literária do país, sem deixar de destacar o que vai pelo resto do mundo e dar espaço a outras vozes saídas de outras margens do Atlântico como os escritores Daniel de Sá, Urbano Bettencourt, Vamberto Freitas,Eduardo Pinto Bettencourt, Teresa Martins Marques, Eduíno de Jesus.
Por sua iniciativa foi criado o Instituto Antonio Olinto e Zora, que recebeu o patrimônio cultural do casal, de que constam duzentas esculturas de madeira da África, bem como 15 mil volumes da biblioteca de ambos e cerca de 5 mil fotografias ligadas à literatura brasileira.
Conheci o mundo de Antônio Olinto quando, em 2006, estive no Rio Açoriano – na Casa dos Açores da cidade maravilhosa que promovia uma grande semana cultural. Visitei-o em seu elegante apartamento da Rua Duvivier, na mesma rua que vive o poeta brasileiro Ferreira Gullar, em Copacabana. O escritor Antônio Olinto é um homem brilhante e atuante, no alto de seus 89 anos. Nas paredes forradas de livros e de arte da Mãe África amealhada ao longo de uma existência rica em aventuras, peregrinações sente-se a presença de sua mulher, a jornalista e também escritora Zora Seljan, desaparecida em abril de 2006 e de um incansável companheirismo partilhado por mais de cinqüenta anos. Deixei-me ficar no seu recanto escutando as histórias de suas andanças e aprendendo muito mais sobre a cultura brasileira e africana e suas múltiplas influências.
Foi uma tarde memorável para nunca mais esquecer…
Dois anos depois e duas datas relevantes. Uma celebra o Centenário do Nascimento de Guimarães Rosa, a outra o Centenário da Morte de Machado de Assis – ícones da Literatura Brasileira. Para falar dessas duas grandes personalidades das Letras do País nada mais indicado que a palavra do escritor Antônio Olinto que há 11 anos pertence a Academia Brasileira de Letras – a egrégia Casa de Machado de Assis.
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