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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Os falantes de japonês por Katharine Baker
Comunidades 10 fev, 2015, 21:48

Os falantes de japonês por Katharine Baker

Katharine Baker wrote a longer version of this crónica as a student in a Portuguese writing course at the University of Pittsburgh. She had always known that her father possessed the dom de línguas (a gift for picking up languages by ear), but was unaware until after his death that in his youth he and his elders had also spoken Portuguese. The author gratefully acknowledges the guidance of Fernando Alvarino Vieira in revising the Portuguese version; the English translation that follows is the author s.

Os falantes de japonês
por Katharine F. Baker

Durante uma visita com os meus pais aposentados à Califórnia há uns invernos, nós três passamos dois dias ao longo da costa central do estado. Viajamos de carro pelos alhais de Gilroy e pelos alcachofrais de Castroville para o destino turístico de Carmel. Ao chegarmos a mãe (estava cansada, por isso depois de nos registarmos no motel ela deitou-se para dormir até o jantar. Porém, o pai e eu sentíamo-nos prontinhos para sair! Fazia bom tempo sazonal, e porque havia muitos anos desde que fizéramos o 17-Mile Drive (um percurso privado duns 27 quilómetros, de renome mundial por causa das paisagens pitorescas com ondas enormes batendo nas praias e nos penhascos ao longo da costa do Oceano Pacífico), decidimos a fazê-lo de novo. Apanhanmos uma autestrada mais curta e rápida para a vizinha Monterey, passamos a sua histórica Cannery Row e logo depois disso chegamos à entrada, onde Papai pagou a portagem. Felizmente, tinha pouco tráfego porque era um dia útil em meados de fevereiro.

Os primeiros panoramas ficam em Pacific Grove, uma vila famosa por causa dos milhões das borboletas da espécie «Monarch» que em cada maio migram para lá do México. Entre os poucos turistas que lá observamos dois moços, um de origem européia e o outro da asiática. Ao início pensamos nada disto, porque há muito tempo fora muito comum na Califórnia a amizade entre brancos e asiáticso. Em cada miradouro, os rapazes e eu (separadamente, claro) tirávamos fotos do espectáculo cenário litoral. Depois de nos vermos uns aos outros em várias paragens, começamos a sorrir e a acenar com a cabeça cada vez. Numa dessas paragens, por acaso, Papai e eu ficamos surpreendidos por os ouvir falar japonês: naquele tempo era muito raro que um branco pudesse falar uma língua asiática com fluência (ou mesmo um pouco), por isso ficamos cativados pelos dois. Continuamos a encontrá-los a cada vista, até que finalmente chegamos ao miradouro mais famoso, o Cipreste Solitário.

Saímos do carro, e rapidamente Papai avizinhou-se dos dois e lhes disse uma frase em japonês, nisso todos os três romperam no risão. Eu não fazia idea do que ele dissera nem mesmo que ele sabia falar japonês algum; pois é que eu não compreendia a piada, em vez eu estava na distância feito idiota. Avizinhei-me, então todos nós apresentamo uns aos outros. O branco explicou que trabalhara no Japão durante uns anos, por meio disso aprendera bem o japonês, até a sua companhia o transferir de volta à Califórnia havia seis meses. Antes de partir do Japão ele convidara os amigos o visitar nos EUA: este era o seu primeiro hospede, por isso falavam japonês. Como bons turistas, tiramos fotos de nós mesmos todos juntos com a própria máquina e com as dos outros, como lembranças.
Desejamos-lhes Boa Viagem, e voltamos aos carros respetivos. Finalmente perguntei ao Papai como ele sabia japonês, o que dissera, e se era indecente. Acalmou-me explicando que como maquinista apreendera um pouco de uns colegas nisseis nas fábricas, e que esta fora a única frase que não era obscena; todas as outras eram. Mas o que, persisti, ele podia dizer para causar tanto riso?

Traduziu a frase assim: Sou um trabalhador pobre mas honesto!

Katharine F. Baker, tradutora, é de origem açoriana pelo lado paterno. Formou-se na Universidade da California-Berkeley, e fez um Mestrado na Universidade de Maryland-College Park.
* * * * *

The Japanese-speakers, by Katharine F. Baker

During a visit with my retired parents in California many winters ago, the three of us spent a couple days along the states central coast. We drove through Gilroy s garlic fields and past Castroville s artichoke farms to the tourist destination of Carmel. By the time we arrived my mother was tired, so after we checked into our motel she lay down to nap until dinnertime. However, my father and I were raring to go! The weather was seasonably beautiful, and because it had been many years since we d taken 17-Mile Drive (a privately owned road renowned worldwide for its picturesque landscapes with huge waves crashing onto beaches and against cliffs along the Pacific coastline), we decided to go again. We took the freeway to nearby Monterey, passed historic Cannery Row and soon reached the entrance, where my dad paid the toll. Happily, there was little traffic because it was a weekday in mid-February.

The first scenic panoramas are in Pacific Grove, a town famous for the millions of Monarch butterflies that migrate there each May from Mexico. Among the few tourists we spotted were two young men, one of European origin, the other Asian. At first we thought nothing of this, because friendships between whites and Asians had been very common in California for such a long time. At each scenic vista, the young men and I (separately, of course) snapped photos of the spectacular coastal scenery. After noticing one another at several stops, we started smiling and nodding to acknowledge one another each time. By chance, at one stop my dad and I were surprised to overhear them speaking Japanese: in those days an Anglo able to speak an Asian language fluently (or even a little) was very rare, so we became intrigued by the duo. We continued encountering them at each stop, until we finally arrived at the most famous one, the Lone Cypress.

We got out of our car and quickly my dad approached the two, then spoke a sentence to them in Japanese, at which all three cracked up in gales of laughter. I had no idea what he had said, however, let alone that he could speak any Japanese, so I did not get the joke and instead stood at a distance feeling like an idiot. I approached, then we all introduced ourselves. The American explained that he had worked in Japan for a number of years, which is how he d learned Japanese so well, until his employer transferred him back to California six months earlier. Before leaving Japan he had invited his friends to come visit him in the U.S., and this was his first guest: that was the reason they were speaking Japanese. Like good tourists, we took photos of us all together with our own cameras and each other s, as mementos.
We bade them a pleasant journey and returned to our respective cars. At last I asked my dad how he knew Japanese, what he d said, and whether it was dirty. He reassured me by explaining how as a tool and die maker he had learned a bit in machine shops from Nisei co-workers, and that this had been the only such sentence that was not obscene; all the others were. But what, I persisted, could he have said to provoke so much laughter?

He translated the sentence: I am a poor but honest working man!

Translator Katharine F. Baker is of Azorean origin on her paternal side. A graduate of the University of California-Berkeley, she earned a master s degree at the University of Maryland.

Figura Aquarela/Watercolor “The Lone Cypress” – Arline Wagner. http://fineartamerica.com

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