(Foto de Rui Goulart ©)
(a uma “palmeira-mediterrânea”
imaginária e sem idade… )
palmeira, mulher-muralha
donzela da natureza
orfã da antiguidade.
que segredo universal
palpita na profundeza
do teu verbo vegetal…?
palmeira, mulher-menina…
quando irei saber teu nome
e as curvas da tua sina?
Ó vestal da fresquidão
nada sei da tua fome…
porque temes o meu pão?
gentil perfil altaneiro
casto farol do Amor
guardião dos teus segredos…
quem terá sido o primeiro
a adivinhar o temor
da coragem dos teus medos?
palmeira, mulher-fronteira
muralha do meu mirante
meiga flecha certeira
de juras sempre adiadas
deste jardineiro-errante
de tulipas espantadas…
—–
Inédito
Abril, 2010
João-Luís de Medeiros (1941), Gestor de Recursos Humanos, escritor, emigrante, natural da ilha de S. Miguel, vive e trabalha na Califórnia.