1- O que te motivou a escrever?
A leitura constante, documentalmente comprovadamente me ter sido ensinada por meu pai quando eu tinha três anos de idade.
2- Cite os TRÊS livros (e respectivos autores) mais significativos em tua vida?
Histórias de nossa terra/ Júlia Lopes de Almeida;Kim/Rudyard Kipling/ No Turquestão bravia/ Karl May.
3- Indique um livro (Literatura Brasileira) para leitura de: a) Alunos do Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries), b) Alunos do Ensino Médio, c) Alunos do Ensino Superior.
a) Aventuras de Pedrinho/ Monteiro Lobato
b) O escâdalo do petróleo/ Monteiro Lobato
c) Vidas ilustres/Hendrik van Loon.
4- Como se dá o processo da escrita em tua prática cotidiana?
Metodicamente, às tardes. Os cortes e remendos acontecem a qualquer
hora.
5- Fale sobre o apoio dispensado pelos setores público e privado à literatura.
Em verdade, é irrisório. O que importa a ambos é o fogo de artifício sem substância. Tudo começa quando alunos do curso primário (apelidado de fundamental) não podem ser reprovados. O médio é quase que só o aprendizado de truques e jeitinhos para os exames vestibulares. O do 3º grau não conseguem sequer exigir um emprego gramatical decente. Além disto, os poderosíssimos meios de comunicação atuais não dependem da palavra escrita e sim da verbalização oral pobre e imediata.
6- Fale sobre o papel das Academias de Letras em relação à Língua e à Literatura?
As academias de letras deveriam ter como primordial cuidar da língua nacional. Escondem–se em torres de marfim. Não vejo nenhuma delas com coragem para denunciar a traição coletiva das “mídia” falada e escrita, que consideram indispensáveis salpicar palavras do inglês americano a torto e direito. Há milhares de exemplos de deformação da expressão brasileira, além de assassinarem o vocabulário nacional. Nossos meios de comunicação passaram a desconhecer as palavras “para”, “informação”, “qualificar”, “ramo” e milhares de outras ou mal-traduzidas ou implantadas a força, como se a o português brasileiro seja incapaz de criar neologismos. A última estupidez generalizada é o emprego do verbo “perseguir” como se significasse “buscar” ou o erudito “almejar”. “Perseguir um ideal, um alvo” Só não é cômico, porque é trágico.
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(*) Filósofo, Tradutor, Escritor (Ficcionista e Poeta). Ocupa a Cadeira 10 da Academia Catarinense de Letras.
Liberato Pinheiro Neto: Escritor e jornalista. Membro da Academia Catarinense de Letras, da Associação Catarinense de Imprensa e da International Writers and Artists Association. Poeta, integrante da Associação Cultural Poemas à Flor da Pele.
Entrevista concedida ao poeta Pinheiro Neto e originalmente publicada no Blog Confraria da Leitura -pn
http://confrariadaleitura-pn.blogspot.com.br/