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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Para lembrar Fernando Aires – Um ano de saudade
Lélia Pereira Nunes
Comunidades 10 nov, 2011, 13:00

Para lembrar Fernando Aires – Um ano de saudade Lélia Pereira Nunes

"Fernando Aires era um escritor frugal, criador de linguagens claras e melodiosas, homem da casa e da sua ilha. Deixou-nos textos de opinião e doutrina, livros de contos lisos e límpidos como água, uma novela (“A Ilha de Nunca Mais”, 2000) e um diário em vários volumes (“Era uma vez o tempo”, 1988-1999) que fará história entre a literatura do seu género no século XX português."
                   
    João de Melo, novembro de 2010

"O teu tempo acabou. Era uma vez ele. Mas deixaste-o todinho em letra de forma, numa escrita bela, cinzelada em toques de esteta que conversava com os deuses da arte nesse teu diário que ficará como registo singular nas letras nacionais."
           Onésimo Teotónio de Almeida,novembro de 2010

Um ano depois,de Lisboa ainda ouvimos o eco do brado inconformado e silencioso do poeta Eduíno de Jesus: "Queria que o Fernando ainda estivesse vivo..."

Nós também!

A última vez que estive com o escritor Fernando Aires foi em fins de outubro de 2009 em Ponta Delgada. Um Outono ensolarado! Participávamos do Congresso “Escritas Dispersas.Convergência de Afectos” pela Direção Regional das Comunidades,tendo à frente Àlamo de Oliveira. Um Encontro que reúniu nas dependências da Universidade dos Açores cerca de uma centena de escritores, tradutores e divulgadores do Mundo da Diáspora e do Mundo Ilhas.
Encontrei-o ao lado do amigo de sempre,desde os bancos escolares e das tertúlias do Bar Jade, Eduíno de Jesus. Um delicioso abraço de (re)encontro e o desejo de  retomar uma conversa que ficara para trás,no ontem 2006 se não estou enganada. No curto tempo de intervalo para um “cafezinho” falamos de tudo um pouco. Mas,tenho a absoluta certeza que não lhe disse o quanto admirava o escritor. Quanto gostava da sua escrita limpa,franca,doce, observadora atenta da realidde insular  ora intimista, ora aberta como o imenso Atlântico que nos cerca. Não disse. Ficou a palavra retida e o nó preso na garganta. Quem sabe para desatá-lo um dia numa outra dimensão. Ficou  a lembrança do sorriso sereno e afável, o instante guardado em muitas fotografias ao lado dos particiantes do Congresso,todos amigos seus. Ficou uma imensa saudade de um tempo passado. Afinal,era uma vez o tempo…

Ao encerrar,deixo um grande abraço a sua família e aos seus muitos amigos que no correr dos dias tiveram o privilégio de partilharem do mundo de Fernando Aires,o senhor Escritor dos Açores.

Sobre os Açores e sobre o sentimento da Amizade,a sua palavra: única,verdadeira e sábia.

Em Diário I (6 de Fevereiro de 1985),escreveu:
“Esta terra açoriana,fragmentada e atirada a distância,pedaços de lavas dispersos pelas crateras da desaparecida Atlântida,agiu sobre a alma insular sempre em dois sentidos de fugas opostos: – um,na horizontal,de migração para longes terras:outro,na vertical,na direcção da divindade. Expansão e recolhimento interior – dois movimentos antagónicos com a mesma raíz de ínsula. Dualidade conflituosa que oscila entre o intimismo e a abertura ao mundo,entre a tensão e a distensão,entre o silêncio e a fala com os estranhos. Algo de cambiante e instável,como o solo sísmico,como a paisagem e o clima,onde as fronteiras entre a imobilidade e movimento,entre luz e sombra, entre terra e água não são bem nítidas. Por pouco não somos místicos. Por pouco também não somos “conquistadores” de continentes. Ficámos sempre a meio caminho entre o ter e o ser,entre a realidade e o sonho,entre a realização e a frustração – simbolicamente marcados no mapa a meio do Atlântico,entre dois mundos,sem pertencermos decididamente a nenhum…”

Diário III (28 de Dezembro de 1991),p.86

“Ao amor e à amizade é preciso reinventá-los,limpá-los do pó das palavras mal soantes e das que não foram ditas. Criá-los junto ao peito,na abundãncia dos sentimentos. Fazer deles um banquete festivo e inexplicável,todo feito de harpejos de prazer e das formas belas do imaginar. Assoprar neles o fogo oculto do que foi dito e sentido na hora máxima do contentamento.”

Lélia Pereira Nunes
Lisboa,9 de Novembro de 2011

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