O Grupo Juvenil Católico da Sé foi constituído no dia 1 de Janeiro de 1952, em substituição de uma outra associação que se denominava Amigos de Nossa Senhora de Fátima. Como patronos foram escolhidos o Imaculado Coração de Jesus, o de Maria e São Domingos Sávio.
Foram seus fundadores por ordem alfabética: Emanuel Félix, José Orlando Bretão, Jorge Bretão, Luís Moules, Manuel Matos e Paulo Marques. A este grupo de jovens juntaram-se muitos outros ao longo dos anos. As reuniões efectuavam-se aos Domingos, após a missa, tendo por base a reflexão de um tema pré-seleccionado. A preocupação em intervir na sociedade levou-os a abrirem-se e a ligarem-se ao mundo. Realizaram presépios ao vivo, deram corpo a uma iniciativa muito louvada na época, o “Natal do Pobre”, com distribuição de roupas e géneros alimentícios, e desenvolveram actividades culturais, nomeadamente o teatro. Neste campo, apresentaram autos de natal escritos pelo padre Manuel Coelho de Sousa e por Maria Francisca Bettencourt (Maria do Céu, pseudónimo). Em 1958, foi levado à cena, no Rádio Clube de Angra, O Filho Pródigo. No campo desportivo, o GJC privilegiou o futebol de sete e o ténis-de-mesa. Nesta modalidade, sagrou-se campeão da Terceira com a famosa equipa constituída por Alexandre, Clínio e Couto.
Outras actividades como exposições, quermesses, passeios à Mata da Serreta, hipnotismo, palestras de formação moral, física e intelectual enriqueceram as actividades da colectividade.
Algumas publicações de vida efémera foram distribuídas pelos associados, com destaque para o Semanário Juvenil, o Eco ou o Despertar. Para a Pré-Juvenil, publicaram-se Domingos Sávio, 1954; Faraó, 1964, ou o Missionário, 1965. Este escalão foi criado com o objectivo de preparar os mais novos para o ingresso no escalão posterior, após a evolução na catequese.
O início da década de ´70 corresponde ao desencadear de uma crise em termos de participação nas actividades, excepto no desporto. Outros tempos, outros interesses, novos valores, foram desviando os jovens de práticas religiosas tradicionais, tal como aconteceu com a Juventude Escolar Católica (JEC).
Subordinado ao lema “Formar e Recrear”, o Grupo Juvenil Católico da Sé foi uma escola de formação e um grande centro de convívio para muitos rapazes de Angra que durante 20 anos franquearam as suas portas. Dos seus assistentes espirituais, recordo monsenhor Pereira da Silva e os padres Jeremias Simões, Eduardo Raposo, Raimundo Correia, Artur, Januário, João Penacho, José Garcia e António Rego.
Carlos Enes
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Nota: Capa da revista Despertar,1967.