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Imagem de Penteando a memória – 9 – A Batalha das flores — Carlos Enes
Comunidades 02 fev, 2012, 02:24

Penteando a memória – 9 – A Batalha das flores — Carlos Enes

PENTEANDO A MEMÓRIA – 9
CARLOS ENES

A BATALHA DE FLORES

A cidade de Angra não quis ficar atrás do movimento de modernização introduzido nas capitais cosmopolitas que se engalanavam no Carnaval para as suas festas consideradas civilizadas. No início do século XX, na urbe angrense ganhavam destaque os bailes nas diversas sociedades recreativas, com estatutos sociais definidos, os espectáculos no Teatro Angrense, com sessões de cinema cómico, ou as touradas de praça. Posteriormente, chegaram as batalhas de flores, um divertimento considerado mais inofensivo do que as “guerras” à base de água, farinha, ovos, milho, feijão, “luvas” de areia e os engenhos explosivos, como as bombas e busca-pés. O objectivo da batalha de flores era o de conquistar esse espaço de rua que até então era considerado um terra sem lei nesta quadra carnavalesca. Na verdade o Carnaval era, precisamente, a época em que se subvertiam as regras do convívio, sem respeito pelo estatuto social que imperava ao longo do ano.
A primeira batalha de flores realizou-se no ano de 1910, depois de uma intensa campanha na imprensa, mobilizando as pessoas para participarem na festa. As casas da Rua da Sé foram ornamentadas e a fina-flor angrense desfilou com vistosas toilettes, nos carros com cocheiros mascarados e cavalos enfeitados. 

  Penteando a memória - 9 - A Batalha das flores -- Carlos Enes
Não era permitido o jogo violento, podendo ser utilizados apenas confetti, flores, serpentinas e saquetas com recheios inofensivos. Segundo os jornais compareceram milhares de pessoas, desfilaram 22 carros e 16 polícias fizeram a segurança na rua.

Penteando a memória - 9 - A Batalha das flores -- Carlos Enes

A iniciativa, que havia pertencido ao Lawn Tennis Club, foi um sucesso e repetiu-se no ano seguinte com a influência de pessoas das freguesias limítrofes. Todavia, a experiência não ganhou raízes e só se repetiu entre 1922-25. Nesta altura, para além dos transportes de tracção animal, aumentou o número de automóveis devidamente ornamentados. A organização alargou-se e passou a ser assumida pela imprensa e por associações culturais. A grande efervescência política que reinava na I República transparecia nos cartazes que acompanhavam os carros alegóricos. De certo modo, o Carnaval politizou-se e a política carnavalizou-se. A grande novidade desta festa terá sido a participação abundante do sexo feminino que ia conquistando uma maior liberdade de movimentação e participação em eventos de rua.
Nesta conjuntura, a disciplina que se havia notado nos primeiros dois eventos esboroou-se por completo. A festa deixou de ser uma manifestação da elite angrense e os populares recusaram-se a ser meros espectadores. A batalha acabou por integrar cargas de areia, farinha e água em abundância. A imprensa criticou os exageros e a festa voltou a sofrer interrupções.
A partir de 1939, a iniciática coube aos alunos do liceu, mas mantiveram-se os mesmos problemas de “brutalidade”, como lhe chamava a imprensa. Muita água, muitos ovos podres e uma ou outra pedra bem embrulhada em papel de seda batia certeira nas vidraças, por motivos que não são para aqui chamados. Os alunos voltaram a descer à rua, muito esporadicamente nos anos 50 e 60, acabando por cair em desuso esta experiência da batalha de flores que pretendia civilizar o carnaval angrense.

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