[Fradalhão, altanado carmelita]
Fradalhão, altanado carmelita
Qual outro D. Quixote saudoso
Da sua Dulcineia d’el Toboso,
Professa hipocrisia ainda exercita.
Ainda o zelo farisaico excita
Do profanado púlpito, orgulhoso,
O ditame publica tenebroso
Da negra Inquisição, sendo proscrita.
Em Lisboa, esse inferno tão real
Há tanto tempo extinto, aniquilado
Pelo Augusto Congresso Nacional,
Saiba o mundo que foi ressuscitado
No convento do Carmo do Faial,
Ante o povo na igreja congregado.
Pereira de la Cerda1,
In “Antigualhas”2,
Boletim do Núcleo Cultural da Horta, (vol. 2, nº 3), Horta, 1961.
Neoclássico – grupo do Pilar: M.el Inácio de Sousa (phes, 144), Cândida de Arriaga, Vieira Goulart (phes, 247) e outros.
Transcrito de «O Grémio Literário, do nº 7 de 15-8-1880 ao nº 39 de 1-2-1882.
Cerda, João Pereira de la (1777-1850), militar, poeta, tradutor, natural da cidade da Horta, ilha do Faial. Residiu no lugar da Barca, ilha do Pico e na cidade natal onde faleceu.