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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
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Um Livro da Socióloga Maria Beatriz da Rocha-Trindade:
 “A SERRA E A CIDADE O TRIÂNGULO DOURADO DO REGIONALISMO” — João Alves das Neves (1/2)
Comunidades 11 nov, 2011, 00:59

PREFÁCIO: Um Livro da Socióloga Maria Beatriz da Rocha-Trindade: “A SERRA E A CIDADE O TRIÂNGULO DOURADO DO REGIONALISMO” — João Alves das Neves (1/2)



PREFÁCIO
 
UM LIVRO DA SOCIÓLOGA MARIA BEATRIZ ROCHA-TRINDADE
João Alves das Neves

SOBRE O MOVIMENTO REGIONALISTA DAS GENTES DA SERRA
Tendo-se notabilizado como professora universitária e especialista dos problemas da Diáspora Portuguesa através do Mundo, Maria Beatriz Rocha-Trindade, doutorada em Sociologia pela Universidade de Paris V (Sorbonne), fundadora e investigadora do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI), da Universidade Aberta de Portugal, lança agora o livro «A Serra e a Cidade – O Triângulo Dourado do Regionalismo».
Não sendo de menosprezar diversas obras já publicadas, de outros autores, sobre o Movimento Regionalista na Região da Beira-Serra, chega-nos o estudo que faltava, referido especificamente aos concelhos de Arganil, Pampilhosa da Serra e Góis. A documentação produzida pela autorizada estudiosa da nossa Emigração é pormenorizada, fundamentada e cientificamente interpretada. Afinal, as questões da Diáspora e do Regionalismo cruzam-se frequentemente, dado o contexto de migrações internas característico nestes concelhos, conforme observou a autora no decurso de duas dezenas de anos de investigações, tanto directamente no terreno, como por intermédio de numerosos depoimentos que recolheu e de acções que pôde acompanhar, como ainda por via de extensa pesquisa documental.
A primeira parte deste trabalho, que tivemos o privilégio de ler antes da sua publicação, é dedicada a uma descrição da zona serrana: «A Serra: Vistas e Perspectivas; Factos e Indicadores; As Aldeias da Serra». Por essas páginas fica-se a conhecer a visão do visitante provindo do exterior e a impressão que lhe é transmitida pela beleza da paisagem, frequentemente marcada pela nudez causada pelos incêndios florestais. São todavia fornecidos outros dados de natureza quantitativa, que provam a grave tendência para o despovoamento, causado pela falta de recursos naturais e de emprego na região analisada.
O primeiro capítulo termina com o inventário das freguesias e povoações dos três concelhos, que a autora conhece na sua maior parte.
O capítulo «Da Serra Para a Cidade» refere-se, como é logo indicado nas suas primeiras linhas, à história das migrações das aldeias serranas para o exterior, em termos de migrações internacionais e, sobretudo, de migração interna, particularmente para a cidade de Lisboa e região circunvizinha. Narram-se factos característicos dos primórdios da fixação na Capital e, inicialmente, a procura de empregos disponíveis, muito embora pouco qualificados. Com o decorrer do tempo, descreve-se a tendência para a especialização de profissões consoante as localidades de proveniência e o sucesso que, em maioria, os naturais da Serra alcançaram nos diversos campos profissionais.
A autora mostra de que modo a integração na grande cidade não fez esquecer os problemas e as insuficiências das terras de origem. «Em Torno do Regionalismo» é um capítulo inteiramente dedicado à explicação do fenómeno regionalista, quanto aos seus objectivos genéricos e específicos, a sua forma de organização e de instituição e resultando finalmente na proliferação das respectivas estruturas associativas, desde as grandes Casas Regionais às mais pequenas das Ligas e Comissões de Melhoramentos, a nível de freguesia e, até, de lugar.
Colocando-se seguidamente na situação presente, Maria Beatriz Rocha-Trindade debruça¬ se sobre o funcionamento interno destas estruturas. «Entre a Serra e a Cidade» evidencia o modo como os eventos regionalistas são planeados, organizados e calendarizados ao longo do ano, por que forma são publicitados e localizados num ou no outro dos pólos de interesse das populações serranas, consoante a época do ano.
É no mesmo capítulo que o leitor se pode melhor aperceber por que forma se estabeleceram as pontes de solidariedade entre os residentes na região da Capital e os conterrâneos que permaneceram nas terras de origem, em termos de combater o isolamento e melhorar a sua qualidade de vida. Aí é também prestada a homenagem da autora àqueles que designa como «Pais do Regionalismo» e, bem assim, às personalidades da Serra que mais se distinguiram a nível nacional ou internacional.
O capítulo final «Novas Imagens da Serra» abrange um elenco alargado de questões, tanto referidas ao presente como ao futuro previsível: a evolução e funcionalidades das estruturas associativas, as novas configurações do movimento regionalista e a posição a ser tomada quanto à questão fulcral da regionalização administrativa do País.
A este propósito, a investigadora procura resumir numa única frase a sua opinião quanto ao papel actual do Regionalismo da Serra: «Aquilo que no passado poderia por algumas pessoas ser considerado apenas como acessório ou lateral passou a ter duas funções principais, nitidamente diferentes uma da outra: por um lado, visar a melhoria da qualidade de vida dos mais idosos, quer os residentes nas aldeias quer aqueles que a elas regressarão após a reforma; por outro, criar atractivos às populações mais jovens, tanto os residentes como os visitantes por ocasião de férias, além de proporcionar às crianças e jovens o gosto de estar na terra dos seus ascendentes».
Acrescente-se que a autora nos apresenta uma muito extensa bibliografia, incidindo sobre todas as partes do conteúdo cuja leitura nos propõe e que assim adequadamente o enriquece.
Feita esta breve apresentação da estrutura da obra, cabe-nos introduzir, sobre a mesma, um conjunto de comentários.
Data de há muitos anos o conhecimento pessoal que temos de Maria Beatriz Rocha- Trindade. Os nossos percursos têm-se cruzado inúmeras vezes, em termos de convívio social ou de colaboração profissional, em Portugal e no Brasil, em Lisboa, em Arganil e noutros locais da Serra. Dessa convivência nasceu e frutificou uma sólida amizade e um respeito mútuo por aquilo que cada um de nós sabe e conhece e cada vez melhor procura saber e conhecer.
A obra que neste momento foi dada à estampa representa um esforço muito considerável de estudo, de observação e de reflexão crítica, já que, ao contrário de nós próprios, a autora não tem as suas raízes na Serra mas nos distantes Algarves. Não pôde, assim, evocar memórias ou recorrer a conhecimentos prévios para compreender a essência da origem serrana, sentir as dificuldades do isolamento, enfrentar a falta de horizontes de esperança no futuro.
E, no entanto, conseguiu-o, à custa de uma investigação escrupulosa, de uma metodologia adequada, de um esforço continuado de procura de uma realidade que nem sempre é visível nem óbvia.
O título do seu trabalho parafraseia, invertendo-o, o de Eça de Queirós; e completa-o com a metáfora do «triângulo dourado», trempe essa apoiada nas sedes de concelho de Arganil, Góis e Pampilhosa da Serra. De facto, é nestes pontos que se situa a estrutura- base do Regionalismo. Mas deve entender-se que o sugerido brilho do ouro não é sinónimo de riqueza material (muito pelo contrário!) mas do esplendor da coesão e da solidariedade entre conterrâneos.
De facto, a alma das gentes da Beira-Serra está intimamente ligada ao Regionalismo, com tudo o que aí se congrega de eminentemente construtivo e solidário.
____________________________________________

Sobre o Autor JOÃO ALVES DAS NEVES :
Escritor, professor universitário e jornalista, João Alves das Neves é autor de três dezenas de livros sobre temas literários de Portugal, Brasil e África, incluindo 6 acerca da obra de Fernando Pessoa e 2 sobre a Imprensa. Colaborador de grandes jornais portugueses e brasileiros e da Imprensa Regional. É coordenador há 16 anos do suplemento infanto-juvenil A Comarquinha – 214 números publicados, do semanário A Comarca de Arganil. Fundou e dirige as revistas Comunidades de Língua Portuguesa (São Paulo, 22 vols.) e Arganília (Lisb
oa, 23 vols.).

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