ressonâncias nostálgicas… (*)
Antero… Florbela…
dois sonetos, um só hino
ditados na mesma escrita…
partiram a toda a sela
sem reservar um destino
nem dizer “adeus” à vida…
… tanta pressa de viver
dois versos num só poema…
Florbela veio a nascer
já Antero tinha partido
sem decifrar o dilema
de morrer sem ter vivido…
Adeus, irmã Florbela…
nos intervalos da dor
a vida inventa a festa
com ritmos de nostalgia …
(o que a morte mais detesta
é dar vida à poesia…)
João-Luís de Medeiros
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(*) Flobela Espanca decidiu morrer no dia dos seus 36 anos (Dec. 8 1894 – Dec. 8 1930); Antero de Quental tinha já “seguido” viagem eterna, 39 anos antes…