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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Rui Machado, “Quero viver eternamente no princípio da noite” (c/áudio) – Olegário Paz
Comunidades 23 jan, 2014, 23:44

Rui Machado, “Quero viver eternamente no princípio da noite” (c/áudio) – Olegário Paz

PorqueHojeHeSabado - 175 [2013.12.28]

Açorianidade - 175 [Rui Machado, "Quero viver eternamente no princípio da noite". António Chainho, "Sentir Português"






(Raoul Dufy 1936)

[Quero viver eternamente no princípio da noite]

Quero viver eternamente no princípio da noite:
O crepúsculo enche-me a alma,
a Serra Vermelha
diz-me coisas que não conheço
e o mar navega em leitos estreitos
como se fosse um rio-pátria,
mecânico e ostensivo, navegando nas brumas da mágoa.

Na complexidade deste corpo homem,
não sei se a alma me abrange no tamanho do coração,
porque amo tudo e todos,
como se tudo em mim preenchesse
a longitude das coisas que não conheço.

Quando escrevo
dou-me em sensações por símbolos e segredos,
dando-lhes uma consistência que não têm,
supondo-as de uma forma suprema e real
como quando puxamos o destino para aqui
ou rasgamos o espaço
de traços e fios que não têm fim.

O homem é um ser suposto,
feito de tudo e de nada!

Os homens, inspirados na simplicidade do tempo,
lançaram-se ao mar e fizeram-se navegadores
navegando totalmente sobre mares flutuantes de outros cais,
outros portos, outros tempos menos modernos
que a contemporaneidade dos tempos modernos ― progressivos!

Fizeram-se ao mar, os homens,
prolongando, noutros cais, noutras docas, noutros portos,
a inquietude dos sofrimentos terrestres;
a mágoa-dor, dizendo-se humana, dos homens navegantes:
rompendo, galgando, impondo, conquistando,
a fraternidade de outras-gentes dinâmicas doutras almas
mais puras que as deles impuras.

Fizeram-se ao mar!
Navegaram! Conquistaram! Transportaram a si
a carga de outros barcos-navios, triunfando a espada
sobre um sofrimento, quase silêncio,
de outros povos ― menos felizes!, erguendo cidades, dominando espaços,
produzindo outros ruídos de novas civilizações:
― a industrialização galgando acima dos trópicos,
revolucionando matematicamente o espaço tropical,
acordando entre si a união férrea
de todos os lugares ocasionalmente interessantes.
E em nós, ― tempo presente ―,
restou a mágoa casual das invasões seculares
que habilmente ecoaram
nas imediações dum tempo moderno e presente.

O mar noutros tempos era o fim,
Era lá que tudo acabava!

Rui Machado,
Um homem para ser feliz,
Angra do Heroísmo, DRAC, 1988.



Rui Fernando Machado (1966) professor, poeta, pintor, natural da freguesia dos Biscoitos, ilha Terceira, reside e trabalha em Lisboa.
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