CONJUNTO HOMEM, de Jácome Armas
Wittgenstein, numa tentativa de construir uma linguagem desambígua e universal, concluiu que há determinadas coisas que o Homem pensa e sente cuja expressão não poderá́ ser levada a cabo através da recorrência ao discurso lógico e coerente, mas sim à poesia. Um homem que se dedique à matemática – o Matemático – é um homem que domina o pensamento lógico. Se pudéssemos atribuir a este uma forma geométrica, diríamos um quadrado, não pela forma da sua silhueta, mas pela forma como vê o Mundo: uma estrutura rígida com ângulos rectos. Mas enquanto o Matemático pensa ser capaz de lidar com um crescente grau de complexidade, simplesmente porque é capaz de escrever numa folha de papel o símbolo ∞, existe outro tipo de homem – o Guru – para o qual ∞ não é mais do que um mero limite, inalcançável pela lógica. Conjunto Homem apresenta-se como uma simples demonstração da incapacidade do Homem para abranger a Natureza na sua totalidade, como uma crítica ao racionalismo e ao new age como visões completas do Mundo, e como uma tentativa de utilização de recursos estilísticos em provas da lógica formal e científicas.
Quem é Jácome Armas?
Jácome Armas
Nasceu na cidade da Horta, Açores, em 1985.
Mestre em estudos avançados em matemática pela Universidade de Cambridge e doutorado em física teórica pelo Niels Bohr Institute (Copenhaga).
Actualmente é investigador em teoria das cordas e buracos negros no Instituto Albert Einstein (Suiça), líder do projecto Science & Cocktails (Copenhaga), membro do colectivo Fabrikken (Christiania), membro do grupo de arte Live Art Installations (Copenhaga) e membro do grupo musical O Experimentar Na M’Incomoda (Açores).