Tragicomédias d’Alcova, contos
Edson Nelson Ubaldo, a par de suas obras jurídicas e de seus escritos sobre vinhos,consagrou-se como autor de contos regionalistas em que retrata personagens e região.Bandeiras do Divino,Rédea Trançada e o Vôo da Coruja valeram-lhe a cadeira12 da Academia Catarinense de Letras.
Em Tragicomédias d’Alcova,sem perder o humor serrano que caracteriza sua literatura, Ubaldo adota vocabulário urbano,atual,para criar suas histórias picantes,mas realistas,onde heróis e vilões da vida moderna replicam os coronéis de outrora,tão bem caracterizados em seus livros anteriores. Sob os ternos bem cortados e as gravatas de seda de empresários e doutores da era da informática,vislumbram-se facilmente as bombachas e os lenços brancos e colorados dos fazendeiros serranos. Mudaram as apar~encias e os métodos,mas a essência das personagens continua a mesma.
Através dos contos que compõem o livro,ao explorar a sensualidade e a sexualidade,o autor desnuda o íntimo das pessoas, em contundente crítica aos costumes de uma sociedade em que os atos de trair,mentir,enganar se tornaram corriqueiros,ao ponto de serem confundidos com qualidades e virtudes. Entretanto,em que pesem as inevitáveis reflexões de ordem moral e filosófica a que o leitor é remetido,ou independentemente delas, os contos de Ubaldo,vazados em linguagem precisa e elegante,reveladora de sua vasta cultura humanística,inclusive na área enológica,constituem em polgante e agradável leitura,indispensável a quem aprecia a boa literatura.
Antonio Fernando do Amaral e Silva
(*)Nota sobre o Autor.
O texto da contracapa de Tragicomédias d’Alcova do escritor Edson Nelson Ubaldo,traz a assinatura de Antonio Fernando do Amaral e Silva,Desembargador aposentado e ex-Presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.