A mídia nacional tem reforçado a ideia de que o Brasil está mergulhado em crise, projetando um cenário de dificuldades para o futuro, com graves reflexos econômicos. Os noticiários mostram reportagens negativas, revelando indicadores que apontam para uma recessão. O papel da imprensa é legítimo ao retratar o momento que o país atravessa. Sua missão é apontar os problemas – não de forma histérica e estéril – e também propor soluções, o que nem sempre acontece. Ocorre que nem todos esses veículos nacionais conhecem as realidades regionais.
Por ser um Estado diferenciado, Santa Catarina foge à lógica nacional, servindo de exemplo para o resto do país. Se a crise existe, seus efeitos aqui, com certeza, serão menores – e sairemos dela mais rapidamente. Temos indicadores positivos que contrariam a realidade nacional e que não se enquadram no contexto de pessimismo generalizado. O Estado liderou a geração de emprego nos meses de janeiro e fevereiro, com destaque para a indústria de transformação. As exportações cresceram em março, e o setor de TIC (Tecnologia da
Informação e Comunicação) projeta um crescimento
de 15%. Não faltam dados excepcionais na educação e na saúde, que exibem um desempenho bem melhor do que nos demais Estados – ainda que apresentem muitos problemas.
O mesmo vale para a qualidade média de vida da população, para os padrões de consumo, para a empregabilidade, alguns superando países desenvolvidos. Nossos operários produzem para competir com o mundo, nossas empresas exportam para o mercado global. A etiqueta “made in SC” chega a todos os continentes. Temos o melhor modelo de cooperativismo do Brasil, o êxito do Sistema Acafe, o sistema bem-sucedido da integração na agroindústria, o desenvolvimento regional diversificado. Índices internacionais de qualidade de vida atestam que é bom viver aqui. No litoral, o merca- do da construção civil emprega e gera negócios; no Oeste, a agroindústria bate recordes de produtividade. Em muitos setores existem vagas e faltam empregados.
Portanto, Santa Catarina não é o Brasil – é melhor que o Brasil. Sem bairrismo prepotente ou separatismo, precisamos comunicar que a desconfiança e o receio de investir não assustam o empresário catarinense. Nosso Estado se mantém sólido e competitivo e cresce cada vez mais e melhor. Nossa geografia econômica, equilibrada e diversificada, com empresas liderando rankings globais, enfim, as peculiaridades catarinenses nos permitem enxergar Santa Catarina como um Estado descolado do resto do Brasil.
Como empresário da comunicação e diretor de um grupo de mídia que tem no seu DNA o regionalismo, tenho defendido publicamente esta posição junto a dirigentes empresariais, líderes políticos e governantes, reforçando a necessidade de comunicar esta Santa Catarina diferente – que muitos brasileiros e até os catarinenses desconhecem. Desta forma, com certeza, sofreremos menos com a crise e nos recuperaremos mais rapidamente, com o empresário investindo, e o cidadão, sem angústia ou receio, consumindo.
Esta percepção, de uma Santa Catarina diferente, tornou-se agora realidade com o lançamento de uma
campanha de comunicação que a Assembleia Legisl tiva vai promover, por iniciativa de seu presidente, o deputado Gelson Merisio. Esta campanha, certamente, vai sensibilizar os empreendedores de que não é hora de aderir à crise, mas continuar investindo. Deverá estimular a confiança na classe produtiva, gerando segurança para o capital, revertendo em emprego e renda, consumo, impostos e serviços públicos. É o ciclo virtuoso da economia que se movimenta.
O Grupo RIC, que tenho a honra de dirigir, sempre apostou no desenvolvimento regional e acredita nesta Santa Catarina melhor, divulgando suas potencialidades por meio dos nossos veículos e comunicadores. Esperamos que esta campanha ajude o governo, o parlamento, as entidades e toda a sociedade a reconhecer estes diferenciais. Mesmo entendendo este momento de desaquecimento, acreditamos, de forma realista, que navegamos numa economia com estabilidade, que emprega e gera riquezas, apesar do cenário nacional mostrar outra realidade.
Nota: Artigo publicado originalmente na coluna Opinião do Notícias do Dia de 9/4/2015 e aqui publicado com a devida autorização do Autor.