Caros amigos Colaboradores e Leitores
Querida Irene Blayer
Devo aos nossos colaboradores e leitores um esclarecimento e um agradecimento.
O esclarecimento quanto ao meu afastamento ou melhor ao meu silêncio desde meados de Outubro do Blog Comunidades que Assino junto com a amiga e colega Irene Maria Blayer.
Atividades profissionais e,sobretudo, a preparação necessária para receber as insígnias da Academia Catarinense de Letras em cumprimento ao ritual de ingresso à Cadeira 26 que Adolfo Konder criou (*),Sylvia Amélia Carneiro da Cunha com mestria ilustrou e que tem como patrono Lauro Severiano Muller.Três nomes fortes e de grande projeção política e cultural em Santa Catarina e no Brasil.
Cadeira da qual passo a ser titular até quando Deus assim o permitir. Consciente de que permanecerei “ad immortalitatem” porque o espírito permanece, vivifica. Assim como, permanece imutável, o espírito embrião da Academia, gerado no Jardim de Academo, perto de Atenas, onde Platão, pelo ano de 387 a.C. fundou a primeira escola de Filosofia.
Cito abaixo,do meu discurso de posse, palavras que bem traduzem os meus sentimentos e a seu significado maior:
” Estou muito feliz por fazer parte da seleta confraria da Academia Catarinense de Letras e tomar acento ao lado de homens e mulheres que há noventa e três anos dignificam a história cultural de Santa Catarina. Por ver realizado o sonho urdido no meu caminhar sem pressa, bordado no rendado do mar, escrito na areia da praia, sussurrado ao vento que não esquece e que aqui deposito como os sonhos de que a vida se tece,tomando de empréstimo a expressão cunhada pelo escritor açoriano da Ilha do Pico, Urbano Bettencourt.
Graças à generosidade dos membros desta Confraria de Letras, honra-me suceder na Cadeira 26 – Sylvia Amélia Carneiro da Cunha, advogada, professora, jornalista, poeta, distinta personalidade que, sobremaneira, enaltece as letras da nossa terra barriga verde.
Assumo o compromisso de servir, de engrandecer a Academia Catarinense de Letras para que cumpra a nobre missão no cultivo da língua vernácula e na promoção do desenvolvimento educacional e cultural de Santa Catarina. Acima de tudo, quero ser voz forte, vigilante na defesa dos valores culturais, contribuindo para o livre acesso às diferentes formas de expressões artísticas e literárias, da criação à difusão dos elementos componentes do patrimônio cultural, bem como a sua preservação. Pelo estabelecimento de uma política cultural democrática que atenda aos anseios da sociedade catarinense e pela livre manifestação do pensamento sob e em qualquer circunstância.”
Por último,a minha gratidão à Irene Blayer, amiga e companheira por seu inestimável apoio e por ter “segurado a barra”na minha ausência com sacrifício para a sua vida privada.
Pois, como todos devem saber é quando cessam as nossas atividades profissionais e pessoais que aqui chegamos e, com muito carinho, levamos a nossa e a vossa palavra,criativa,livre,soberana,pelo mundo das comunidades, por latitudes sem fim.
Grande abraço,
Lélia Pereira da Silva Nunes
Florianópolis, 13 de Novembro de 2013
(*)Uma curiosidade bem açoriana:o sobrenome germânico Konder é do pai,importante família do Vale do Itajaí,pois a sua mãe, Adelaide Flores, era de ascendência açoriana da Ilha de São Jorge,da família de Antonio Breves e Maria Fernandes,imigrantes no Rio de Janeiro,século XVIII)