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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Uma Ilha de bom humor —

Lélia Pereira Nunes
Comunidades 23 dez, 2014, 20:08

Uma Ilha de bom humor — Lélia Pereira Nunes




Crédito Imagens: Emporium Bocaiúva

Uma Ilha de bom humor
           Lélia Pereira Nunes

Parafraseando Luís Fernando Veríssimo, para quem as crônicas de Sérgio da Costa Ramos em Sorrisos meio sacanas foram salvas do destino natural da espécie  e estavam em livro porque mereciam esta eternidade as crônicas de Molecagens Vernáculas também merecem o amanhã, porque apaixonam o leitor pela sua irreverência e estilo. São deliciosas, refinadas, líricas, marcadas pela ironia típica da cultura Mané,  um legado, talvez, da atmosfera de seus ancestrais açorianos da Ilha Terceira, em que paira uma certa inclinação pelo motejo, o dito mordaz, o espírito gozador.
Se fosse um pintor, diria que o seu pincel mergulha no vermelho vivo e no amarelo fulgente, jamais se repete nos entretons ou pincela cores mornas e frias. Sua pena atrevida flana, livre, pelos cenários da Ilha. E seu olhar arguto se debruça sobre as sutilezas da vida insular, fonte inesgotável de sua inspiração  que também sabe franzir o cenho e se indignar, quando o assunto é política.
Em Molecagens Vernáculas, 95 crônicas agrupadas por temas, ele compõe o seu país crônico e hilário, aproveitando a circunstância de que a realidade, no Brasil de hoje, já nasce como piada, com som, enredo e gargalhadas. Para se ter uma boa idéia da diversidade cultural do livro, basta espiar o sortimento do índice: Pra começo de conversa; Eleições@.com ; Brasil, brasileiro; Lá e Cá, com sabor; As Quatro Estações; Afetos da Ilha Mulher; Só pra Inticar; Da Mulher e do Amor e Cumulus Nimbus.
Sérgio pinta, escrevendo. Suas crônicas revelam leveza poética ao alongar seu olhar enamorado, descrevendo a beleza da IlhaMulher  ou a paisagem vista do morro da Lagoa da Conceição, como se sua pena fosse o pincel impressionista de Monet e, as palavras, as cores de um arco-íris que ele vai derramando na tela daquela crônica emblema:
A Ilha é mulher bonita de dorso verde e dourado, costões sensuais, reentrâncias promissoras, praias abertas e coxas hospitaleiras, tem sexo híbrido e surpreendente – varonil como um promontório, abrigado como enseada de filme de pirata.
Ora sua prosa é assim lírica, ora relampeja, contundente, incisiva, intolerante e crítica frente a situações de descaso e desrespeito ao cidadão  ou se algo ou alguém ameaça a qualidade de vida e as tradições culturais do seu torrão natal, Florianópolis.
Sérgio sabe, como ninguém, desvendar a intimidade da Ilha ao trazer à baila os usos e costumes de uma cidade guardada na memória coletiva da sua gente. Inquieto, não se cansa de cutucar, inticar, fender a modorra dos nossos dias, mexer com o nosso imaginário e com recordações de uma época que ficou para trás. Mas o autor é mais lúdico do que melancólico em seu saudosismo. Sua pena navega, livre, por sua Ilha querida e por outros mares, seja por este Brasil, brasileiro, seja por outras margens, no além-mar, berço da Última Flor do Lácio, no louvor poético de Olavo Bilac. No seu jeito viageiro e culturalista vai buscar na margem do Tejo ou nas lavas da Praia da Vitória, berço ancestral, histórias desfiadas em crônicas molecas, num jogo irônico de benfazejo humor, no Lá e cá com sabor. Apetitosas como  Travéstis, Viagem de Livro, Lisa e Fresca, Quitanda Ambulante, Rabanadas e Queijadinhas, Ilha sem Mar , Amores Sofridos. Vale conferir em Velha Língua, o seu amor pelo vernáculo quando, a certa altura, afirma:“Sim, o português falado nas novelas está a caminho de se tornar a primeira língua falada pelos herdeiros de Luís Vaz de Camões. Prefiro ouvir o relicário castiço de um povo que fala impecavelmente a sua língua, e que mesmo na sua instantânea e apressada versão oral, jamais apedreja a frase com um pronome mal colocado.
Sérgio da Costa Ramos é uma das mais influentes vozes da literatura catarinense contemporânea, com uma expressiva e festejada produção literária, comprobatória da riqueza do seu labor diário no domínio da palavra, da escrita escorreita e leve que nos prende da primeira à última linha, seja a falar de multivivências, seja no conduzir o leitor pelos caminhos da ficção em enredos fascinantes, calcados em fatos do cotidiano e saídos da sua incrível capacidade de fabulação.
Com Sérgio aprendemos que ele também é um moleque alegre, que carrega a ilha no coração. Uma Ilha cercada de bom humor por todos os lados.

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Imagens da galeria de fotos do Emporium Bocaiúva atestam o que foi a prestigiada noite de lançamento do livro Molecagens Vernáculas de Sérgio da Costa Ramos,considerado pela Editora da Unisul,o livro de maior público e venda de 2014.
Escritores,artistas,empresários,políticos,amigos,leitores fizeram fila pela noite adentro para receberem o seu livro autografado.
Uma festa da Ilha quase sempre de bom humor !

Uma Ilha de bom humor --

Lélia Pereira Nunes

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Lélia Pereira Nunes

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