Saltar para o conteúdo
    • Notícias
    • Desporto
    • Televisão
    • Rádio
    • RTP Play
    • RTP Palco
    • Zigzag Play
    • RTP Ensina
    • RTP Arquivos
RTP Açores
  • Informação
  • Legislativas 2025
  • Antena 1 Açores
  • Desporto
  • Programação
  • + RTP Açores
    Contactos

NO AR
Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Veias abertas, sem futuro – por
Sérgio da Costa Ramos
Comunidades 18 jun, 2017, 04:21

Veias abertas, sem futuro – por Sérgio da Costa Ramos

Veias abertas, sem futuro


O país espera, com sofreguidão, uma trégua nesta sucessão de escândalos e de constrangimentos que transformaram o Brasil num desfiladeiro de desesperança, como se fosse um penhasco do Inferno de Dante.
Stefan Zweig, o escritor mais traduzido do mundo, fugiu do inferno nazista. E aterrissou no lugar que ele mesmo imaginava ser "o país do futuro", um Paraíso ecológico em 1936:
– É muito mais fácil ser pobre aqui do que em qualquer outro lugar do mundo. O mar é livre para o banho, as praias aceitam negros e brancos. Há belezas para todos os olhos. As pequenas necessidades da vida custam pouco dinheiro, as pessoas são afáveis e é infinda a multiplicação das pequenas surpresas diárias que fazem uma pessoa feliz.

O Paraíso de Zweig durou seis anos, até 1942. Uma depressão aguda levou-o a matar a mulher e a se suicidar em seguida, num pacto de morte e, sobretudo, desencanto. Dizem que o rumo da guerra na Europa o desestabilizou, com as sucessivas vitórias nazistas e a adesão ao pesadelo totalitário até mesmo em terras brasileiras. Mas o que o abalou, mesmo, foi um assalto. Foi assaltado em Petrópolis e ficou sob a mira de armas – apenas o ovo dessa serpente cuja peçonha se disseminou como febre amarela, pelo país inteiro.
O belo e instigante romance de Deonísio da Silva, "Lotte e Zweig", sugere um duplo homicídio pelo braço longo de Berlim, licença ficcional que não revoga a maldição do austríaco: a expressão que cunhou, "Brasil, país do futuro", parece destinada a jamais se materializar.
Será que o "país do futuro" perdeu a esperança de chegar ao seu destino? Será que Stefan Zweig suportaria ver o seu sonho naufragar diante da corrupção endêmica que se espalha pela alta administração como um rastilho de pólvora?
***
Quando deixarão de sangrar as veias abertas do patrimônio público, assaltado pelas quadrilhas de paletó e gravata?
Stefan Zweig sentiu, talvez, a premonição desse sinistro futuro e deu um fim a tudo, numa tarde sombria nas escarpas da serra carioca. E quem poderá identificar, hoje, no dia-a-dia brasileiro, como fez Zweig em 1940, "a infinda multiplicação de pequenas surpresas diárias que fazem uma pessoa feliz?"

Nota:Crônica publicada no Diário Catarinense,edição de 9 de maio, na Coluna do escritor  Sergio da Costa Ramos,um dos mais festejados cronistas do Sul do Brasil

RTP Play Promo
PUB
RTP Açores

Siga-nos nas redes sociais

Siga-nos nas redes sociais

  • Aceder ao Facebook da RTP Açores
  • Aceder ao Instagram da RTP Açores

Instale a aplicação RTP Play

  • Descarregar a aplicação RTP Play da Apple Store
  • Descarregar a aplicação RTP Play do Google Play
  • Programação
  • Contactos
Logo RTP RTP
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • flickr
    • NOTÍCIAS

    • DESPORTO

    • TELEVISÃO

    • RÁDIO

    • RTP ARQUIVOS

    • RTP Ensina

    • RTP PLAY

      • EM DIRETO
      • REVER PROGRAMAS
    • CONCURSOS

      • Perguntas frequentes
      • Contactos
    • CONTACTOS

    • Provedora do Telespectador

    • Provedora do Ouvinte

    • ACESSIBILIDADES

    • Satélites

    • A EMPRESA

    • CONSELHO GERAL INDEPENDENTE

    • CONSELHO DE OPINIÃO

    • CONTRATO DE CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO E TELEVISÃO

    • RGPD

      • Gestão das definições de Cookies
Política de Privacidade | Política de Cookies | Termos e Condições | Publicidade
© RTP, Rádio e Televisão de Portugal 2025