ZUMBLICK NA ETERNIDADE (HD/32 min./2013)
O artista plástico catarinense Willy Alfredo Zumblick faria 100 anos, no próximo dia 26, se vivo estivesse. Um dos raros eventos realizado para homenagear o centenário do pintor tubaronense é o documentário “Zumblick na eternidade”, dirigido por Zeca Nunes Pires e produzido pela TVUFSC. Como diz o crítico de arte e artista, Janga Neves no documentário, “Santa Catarina costuma ser muito ingrata com a memória de sua gente”.
“Zumblick sonhou ser caminhoneiro, foi ourives, artista plástico dos melhores e um grande ser humano, sempre ao lado de sua esposa Célia. Além disso, é um dos raros artistas que possui um Museu para abrigar suas obras. Um Museu com problemas por não seguir normas técnicas”, para Pires, é isso que o documentário tenta abordar e transmitir, com ênfase para os quadros de Zumblick, pelos quais o diretor tem admiração.
Com pesquisa da professora Lélia Pereira da Silva Nunes, que escreveu dois livros sobre Zumblick, Zeca contou com a colaboração de dois estagiários do Curso de Cinema da UFSC. Andersson Brito e Jefferson Moreira foram câmeras, editores e também capricharam na finalização do documentário. Esse é outro ponto que o diretor gosta de enfatizar, ” é muito bom bom trabalhar com estagiários como eles, aprendo bastante com eles”.
“Zumblick na eternidade”, conta com uma entrevista realizada por Zeca Pires em 2002 com Zumblick e sua esposa Célia. Na época Zeca fez a entrevista com o apoio da TVi – Televisão e Cinema. Além do próprio artista e sua esposa, o documentário é narrado por amigos (Jurema Fischer, Maria Celeste Neves, Esperidião Amin e outros), por críticos e artistas (Janga Neves, Carlos Asp e Arlinda Volpato), por jornalistas (Moacir Pereira, Sérgio da Costa Ramos e Guto Kuerten), além de outros depoimentos importantes.
Para o diretor Zeca Nunes Pires o que mais ele admira nos quadros do Zumblick é a luz. Pires explica, “Normalmente quando discutimos com o diretor de fotografia a estética das imagens de um filme, costumamos comparar a fotografia do filme a ser realizado com a obra de um artista plástico, para que os dois, diretor e fotógrafo, falem a mesma língua. Paradoxalmente, o diretor de fotografia parte de uma tela escura e pinta o filme com luz, o artista plástico por sua vez inicia com uma tela branca e pinta o quadro com cor, chegando ao final a uma aproximação do cinema com as artes plásticas. O que mais me impressiona na obra do Zumblick é essa luz cinematográfica que ele consegue na maioria dos seus quadros”.
Já, para o cronista Sérgio da Costa Ramos, “Zumblick é dono de uma extensa obra plástica e pictórica de imenso valor cultural e popular. Com uma temática variada e abrangente – em que foi historiador, retratista, folclorista e tradicionalista, espalhou pelo Estado e pelo país o seu traço iridescente e seu olho rútilo de testemunha ocular da história. São dele os quadros mais expressivos da grande saga do “Contestado”, os “testemunhos” da epopeia de Giuseppe e Anita Garibaldi e o grande mosaico de uma obra variada, que incluía os “flagrantes” da cultura popular, como as Bandeiras do Divino, o Boi-de-Mamão, o Pau de Fita, as rendeiras, os imigrantes e seus hábitos – os monges, as ciganas, as paisagens, as caricaturas”.
O documentário “Zumblick na eternidade” será exibido nesta sexta-feira (13/09) às 12:30 hs no auditória da reitoria, dentro da programação da UFSC, “Quem faz cem anos ou +”; na próxima segunda-feira (16/09) às 19:30 hs no auditório do Tribunal de Contas, dentro da programação em homenagem ao artista organizada pelo Conselho Estadual de Educação. No dia 26 de setembro (quinta-feira), o documentário será exibido em dose dupla: na sessão solene em homenagem a Willy Zumblick em Tubarão,organizada pela Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina e na programação da TVUFSC (canal 63.1 TV aberta e 15 da NET), ambos no horário das 19 horas.