GNR vai doar burro da Graciosa à Câmara Municipal de Lisboa
A Guarda Nacional Republicana (GNR) vai doar à Câmara de Lisboa um burro da ilha Graciosa, o que vai permitir à Quinta Pedagógica, nos Olivais, contar com o animal definitivamente, uma vez que já se encontra na capital.
A proposta, assinada pelo vereador da Estrutura Verde e do Ambiente, José Sá Fernandes, refere que a GNR, "reconhecendo a atividade da Quinta Pedagógica de Lisboa (Olivais), enquanto entidade diretamente associada à proteção da natureza e do ambiente e que promove ações pedagógicas de proteção animal e ambiental, junto da comunidade escolar, contactou-a no sentido de manifestar a sua intenção de lhe doar um burro da ilha Graciosa".
Segundo informação transmitida à agência Lusa pela câmara municipal, o "Jagóz é um asinino nascido em 1998, do sexo masculino, pertencente à raça Burro da Graciosa".
O animal "veio para o continente em 08 de fevereiro de 2000, através da Sociedade Protetora dos Animais, e foi doado por essa instituição em 10 de junho de 2004" à GNR.
O município explicou à Lusa que o Jagóz "permaneceu nas instalações da escola da GNR, em Queluz, até 25 de setembro de 2017, data em que a GNR o confiou à Quinta Pedagógica dos Olivais".
Isto porque existiu "um entendimento mútuo de que seria interessante permitir o contacto do público em geral com o Jagóz para a sensibilização sobre a importância da conservação das raças autóctones, em particular das que se encontram ameaçadas de extinção, como é o caso".
O burro está desde então na Quinta Pedagógica dos Olivais, mas agora a GNR manifestou a intenção de "formalizar uma doação à Câmara Municipal de Lisboa, para que aí possa permanecer em definitivo", indicou a autarquia.
A quinta conta já com um exemplar de burro mirandês, a outra raça autóctone portuguesa.
A proposta aprovada hoje, à qual a agência Lusa teve acesso, refere que "ambas as raças se encontram ameaçadas de extinção, razão pela qual importa preservar os poucos exemplares existentes, no que assume particular relevância a sua divulgação".
No texto é salientando também que "a integração do burro da ilha da Graciosa na Quinta Pedagógica de Lisboa (Olivais), para além de valorizar o património genético municipal e promover o enriquecimento deste equipamento municipal, constitui, sobretudo, uma mais-valia em termos educativos e pedagógicos, contribuindo para o cumprimento da missão e atribuições" daquele espaço.
O documento aponta ainda que, "após avaliação do animal pelo veterinário municipal, o mesmo encontra-se em bom estado corporal".
Com origem no norte de África, o burro da Graciosa tem cor cinza, riscas nas costas, barriga ou pernas e pouco mais de um metro de altura.
Esta raça foi considerada autóctone em 2015, e estima-se que existam menos de uma centena de exemplares.