Os moradores estão contra a colocação de mais pedra nas obras da proteção da muralha da Praia.
A empreitada que começou há dias é diferente do projeto anunciado pelo governo e apresentado à população em 2008, tendo também o objetivo de ampliar o areal.
Os moradores sairam à rua e impediram a passagem dos camiões que estão a transportar a pedra para ser utilizada no enrrocamento junto ao passadiço que será construído por cima de rachão.
A zona que há 10 anos o governo prometeu aumentar no areal já teve areia até meados do século passado.
Mas, depois, surgiram outras versões e em 2016 foi lançado o projeto que entrou agora em execução.
A população teme que proteção à muralha não tenha fundações e alerta que a pedra pode ocupar o lugar da areia.
A Junta de Freguesia de São Mateus tenta encontrar consensos, marcando uma reunião da população com o projetista da obra.
Os moradores não pretendem desistir e vão reunir neste domingo ao final da tarde.
REPORTAGEM ANTENA 1:
REAÇÕES
O PSD/Graciosa aproveitou a situação para também manifestar preocupação com o facto da obra de proteção da muralha da Praia não repor a extensão do areal para o lado oposto ao porto de pescas, até à chamada zona da rampa, como pretende a população.
O novo presidente dos social democratas sublinha que a expetativa da população da Vila da Praia era que a obra “servisse não só para proteger a muralha, a estrada e as casas ali existentes, mas também para repor a extensão do areal até à rampa”.
Para António Reis, a Junta de Freguesia de São Mateus “deve parar a obra imediatamente e permitir que a população tenha acesso ao projeto”.
A Junta de Freguesia de São Mateus respondeu em comunicado:
"Na qualidade de Presidente da Junta de freguesia de São Mateus, venho por este meio expressar a minha estupefação pelas declarações do líder do PSD Graciosa, nomeadamente por só agora contestar o projeto de proteção da muralha da Vila da Praia, que foi elaborado na sequência de um relatório do LREC de 2016, que apontava para perigo de derrocada em vários locais ao longo da sua extensão.
De referir ainda que a proteção da muralha da Vila da Praia, é uma reivindicação da Junta de Freguesia, do Conselho de Ilha e de vários residentes da Rua Fontes Pereira de Melo.Por outro lado, no Plano e Orçamento da Região de 2018, por proposta do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, foi inscrita uma verba para a sua concretização que mereceu também a aprovação do mesmo PSD que agora vem contestar a sua execução.
A incoerência tem limites e o PSD se tivesse memória deveria reconhecer que a intervenção agora iniciada também contempla a reparação de uma intervenção desastrosa da autoria do governo daquele partido e à revelia da população que, perante uma derrocada na Rua do Mar provocada pela extração selvagem de areia autorizada por esse governo e pela ligação de esgotos clandestinos à praia com o conhecimento da Junta de então, se limitou a atirar umas pedras para aquele local sem se preocupar com qualquer tipo de ordenamento e de reforço.
Salientamos, também, que foi realizada uma apresentação pública do projeto, devidamente anunciada, que não mereceu qualquer reparo ou contestação e essa era a altura certa para o fazer.
Além da proteção da muralha, o projetista teve o cuidado de projetar o ordenamento da pedra em talude sendo expectável que com a redução das correntes adversas, a areia se acumule gradualmente à frente do enrocamento.Reforçamos ainda que a execução deste projeto é fundamental para a proteção de pessoas, bens e património desta freguesia.
Assim, no intuito de esclarecer a população, a Junta de Freguesia, como é sua obrigação, solicitou aos técnicos responsáveis pela obra que se deslocassem à ilha Graciosa para esclarecer devidamente a população, das dúvidas que têm surgido na interpretação do projeto.
Vila da Praia, 30 de março de 2019
O Presidente da Junta
Manuel José da Silva Ramos"