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Este conteúdo fez parte do "Blogue Graciosa Online", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de De um Vulcão sui generis 
e de uma experiência emigrante que correu mal
Graciosa Online 06 out, 2022, 10:37

De um Vulcão sui generis e de uma experiência emigrante que correu mal

Crónica de Victor Rui Dores

De um Vulcão sui generis 

e de uma experiência emigrante que correu mal 

O Vulcão dos Capelinhos constituiu o acontecimento que mais marcou a
história do Faial e dos Açores do século XX, e foi um marco importante no
conhecimento destas ilhas além-fronteiras. Poderemos mesmo dizer que, para
todos os efeitos, há um antes e há um depois do Vulcão dos Capelinhos. 
Durante treze meses, entre 27 de setembro de 1957 e 24 de outubro de 1958,
o Vulcão dos Capelinhos esteve ativo e andou nas bocas do mundo. Cientistas,
jornalistas, cineastas e fotógrafos de todas as proveniências vieram cá parar: duas
prestigiadas revistas, a “National Geographic Magazine” e “Paris Match”
descobriram os Açores a partir de Capelinhos e ofereceram ao mundo inteiro
espetaculares imagens do Faial a cores; a Rádio Televisão Portuguesa realizou ,
nesta ilha, a sua primeira grande reportagem do exterior, reportagem essa que
haveria de tornar famosas as palavras do então governador civil, dr. Freitas
Pimentel, que, referindo-se ao facto do Faial, em consequência da erupção de
Capelinhos, ter crescido 2.50 km2, afirmou: “Sou o único governador que, após os
Descobrimentos, fez aumentar o território nacional
”. 
Falamos de um Vulcão que foi, a todos os níveis, sui generis: o único do
mundo que, até hoje, foi observado, estudado e interpretado desde o seu início até
ao seu adormecimento. Sui generis devido ao seu fácil acesso, com farol, estrada e
telefone. Um Vulcão que trouxe ao de cima o melhor da solidariedade humana, num
tempo em que a religião falava mais alto do que a ciência. Como esquecer aquelas
imagens, a preto e branco e a sépia, de populações percorrendo caminhos com
coroas do Espírito Santo implorando misericórdia divina? 
De um Vulcão sui generis 
e de uma experiência emigrante que correu mal
Fazendo parte do nosso imaginário, Capelinhos, para além de ser ponto de
atração turística, é hoje centro de ciência e conhecimento. E, nos domínios das
artes, é, nos dias que correm, um vulcão poetizado e sensualizado na escrita, na
música, na fotografia, na escultura, na pintura… Capelinhos é essa “catedral de
cinzas” (na feliz expressão de Maria do Céu Brito, no seu livro Vulcão Aberto), que
esconde o turbilhão da lava e do fogo, a convulsão dos elementos, os escombros, a
devastação, o pânico das gentes, as habitações destruídas, os campos improdutivos,
o imaginário de um povo, a última arriada à baleia a partir do Porto Comprido, o
apelo das Américas distantes… 
O êxodo emigratório para os Estados Unidos da América e, posteriormente
Canadá, marcaria de forma definitiva a história do Faial e dos Açores. Por lá os
nossos emigrantes criaram raízes e família, nunca deixando de sonhar com um
possível regresso à terra natal. 
O que não foi notícia nos jornais foi o desaire das 25 famílias faialenses que,
mercê de diligências feitas junto do gabinete de Salazar, emigraram para
Moçambique, fixando-se em Limpopo, mais propriamente no Colonato de Gaza, no
vale do rio Limpopo, numa iniciativa que não teve continuidade. Tudo correu mal. A
começar pela viagem no navio “Lima” que, devido a sucessivas avarias, em vez dos
habituais 8 dias de viagem para Lisboa, levou 15 dias de penosas arrelias. Seguiu-se
a viagem para África, no navio “Niassa”, com a duração de 21 dias. 
A estada dos faialenses em Limpopo foi difícil. Contrariamente ao verificado
no continente americano, em Moçambique os faialenses não encontraram nem
acolhimento nem ajuda. Ficaram, pura e simplesmente, entregues a si próprios e à
sua sorte. E como se isto não bastasse, o clima era terrível, com temperaturas a
rondar os 40 graus, as terras (as “machambas”) eram inóspitas, o trabalho duríssimo
(lavoura, colheita de algodão e cultivo de milho, feijão e batatas) e, vivendo em
condições muito difíceis, os nossos emigrantes acabaram por regressar todos ao
Faial, sendo que alguns deles emigraram posteriormente para as Américas de
promessas e abundâncias… 
Como escreveu Nemésio, somos um “povo embarcadiço”. O açoriano
encontrou sempre na errância a sua forma de perseguir caminhos de felicidade e
sonho.




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