O presidente do Grupo Parlamentar do PSD/Açores, João Bruto da Costa, apelou hoje à intervenção do Presidente da República, “face à discriminação de que a Região está a ser alvo por exclusão dos apoios gerais à Agricultura que, no caso recente, ascendem a mais de 15 milhões de euros”.
“Como presidente de todos os portugueses, o Chefe de Estado tem um papel fundamental face a esta discriminação, afinal estão em causa as relações do Estado com os Açores, e está mesmo em causa a igualdade entre cidadãos de um mesmo país”, afirmou.
O social-democrata prestava declarações durante uma visita a uma exploração agrária, na Feteira, concelho de Angra do Heroísmo, onde disse que “nada disto faz sentido, principalmente porque estamos a falar de um auxílio do Estado, autorizado pela Comissão Europeia, na sequência de apoios anteriores”, afirmou.
“Por isso mesmo, não podem deixar de fora os Açores, nem a agricultura açoriana, que é um pilar da nossa economia. Estamos a falar de 56 euros por animal, para os produtores de carne, e de cerca de 185 euros por animal, para os produtores de leite, portanto muito dinheiro que os agricultores da Região estão a perder”, afirmou.
“Ainda mais, por se tratar de ajudas para debelar os prejuízos do setor com a Guerra na Ucrânia e com o aumento dos custos de produção que, como todos sabemos, na Região, devido aos sobrecustos da insularidade, se fazem sentir ainda mais”, sublinhou o parlamentar.
João Bruto da Costa diz tratar-se de uma atitude “discriminatória, e até mesmo vingativa”, do Governo da República, seguindo aliás “um padrão reiterado, perante os açorianos, que vem acontecendo nos últimos dois anos, e que faz com que a Região tenha a haver muito dinheiro, que não foi transferido pela República”.
“Esse padrão está patente nas dívidas do Furacão Lorenzo, na indefinição das obrigações de serviço público, no programa Apoiar-Freguesias, na falta de apoio às empresas pelo aumento do salário mínimo, ou seja numa série de comportamentos centralistas e anti-autonomistas, da República face aos Açores”, lembrou.
João Bruto da Costa não deixou de assinalar “a postura do Partido Socialista em todo este processo, que tem sido do mais puro e completo silêncio, pautando-se por uma ausência de pronúncia, que demonstra, uma vez mais, a forma como põe os interesses partidários à frente dos interesses dos Açores”, concluiu.
Fonte: PSD Açores