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Este conteúdo fez parte do "Blogue Graciosa Online", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Do tempo em que se namorava nos Jardins Públicos
Graciosa Online 04 mar, 2020, 14:51

Do tempo em que se namorava nos Jardins Públicos

Crónica de Victor Rui Dores

                                                       
                                                         “Il faut cultiver notre jardin.” 
                                                                                      Voltaire 
Pelo punho de Fernando Pessoa, Bernardo Soares deixou escrito, no Livro do Desassossego, a seguinte frase: “Um jardim é um resumo de civilização”. 
Isto significa que cultura tem a ver com o que somos e com o modo de o ser, com a forma de estar no mundo, com o sentido que temos da beleza, com a paisagem que nos cerca, com os lugares que amamos e que escolhemos para viver, com a casa que habitamos e com os cuidados que dispensamos ao nosso jardim.
Sim, cultura é também a forma como tratamos o nosso jardim. Falo por mim. O jardim que envolve o meu bungalow é um prolongamento da minha sala de estar. Trata-se de um jardim que remonta ao tempo da permanência, na Horta, dos ingleses dos Cabos Telegráficos Submarinos. O meu jardim é requinte natural e harmonia botânica. E é frescura, encanto, luz, sombra e aromas. As flores e as plantas são belas e frágeis e, por isso mesmo, devem ser tratadas com amor. Faço jardinagem para esquecer as agruras da vida. E, dando beleza ao meu jardim, eu sei que estou a acrescentar beleza ao mundo.
Em tempos idos, alguns jardins transformaram-se em verdadeiros locais públicos de namoro. Por exemplo, o Jardim Duque da Terceira, em Angra do Heroísmo. Ou, na ilha do Faial, o Jardim Público (hoje Jardim Florêncio Terra), a Praça da República e o Largo do Infante.
Do tempo em que se namorava nos Jardins Públicos
Os jardins são geralmente espaços de lazer, onde se vai para ver e ser visto, passear ou ouvir música. Para os namorados de outras eras, os jardins não eram espaços de lazer, mas de prazer… O que os apaixonados pretendiam e procuravam era o recato para a partilha de ternura… Eu sou desse tempo. O tempo em que a namorada, por imposição dos pais, levava atrás de si um “chaperon”, geralmente uma irmã, um irmão ou uma amiga. Mas como não se pode adiar nem o coração nem o desejo, os namorados recorriam a subterfúgios para desviar as atenções dos “paus de cabeleira” que acabavam por se tornar cúmplices e solidários com as amorosas situações. E, à socapa e a medo, aconteciam beijos mil…
Nesse tempo os rapazes utilizavam diversas estratégias de comunicação. A primeira era uma estratégia não-verbal e que consistia em lançar olhares provocadores à rapariga pretendida (o clássico piscar de olho). A segunda era uma estratégia de comunicação verbal para chegar ao coração das meninas. Às raparigas por quem nos apaixonávamos, dizíamos, na ilha Terceira, frases feitas:
– “Queres-me querer ou queres que eu te queira”?
– “Ah, meu pescoço de alfenim”… 
– “A minha mãe anda doida para arranjar uma nora”…
– “Ai que bela “genra” para o meu pai”…
E elas correspondiam com sorrisinhos melífluos, atirando-nos baguinhas de faia…
Seguia-se uma estratégia de escrita através de bilhetes, levados à amada por terceiros, com prosaicas declarações de amor. Quando o namoro se iniciava, havia uma outra estratégia de comunicação e que consistia em escrever o nome da pessoa amada nos cactos ou nos troncos das árvores dos Jardins.
Quando o namoro estava consolidado, então já se podia andar de mãos dadas e dar beijos na boca e, nos bailes, só queríamos dançar “slows” e confirmar a lei da Física que diz que… o calor dilata os corpos… 
Outros tempos… 


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