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Este conteúdo fez parte do "Blogue Graciosa Online", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Entre o carro de bois e o avião
Graciosa Online 12 abr, 2019, 12:23

Entre o carro de bois e o avião

Crónica de Victor Rui Dores

Entre o carro de bois e o avião, 

de Armando Mendes 

                          “Para nós, açorianos, a Geografia vale outro tanto como a História.” 
                          Vitorino Nemésio, O corsário das ilhas (Livraria Bertrand, 1956) 
Os Açores são muito mais do que 9 ilhas, 19 concelhos e 155 freguesias. Este arquipélago
não se esgota no seu anticiclone, e é muito mais do que a beleza das suas vulcânicas paisagens. 
As ilhas açorianas continuam a ser valorizadas pela sua vocação atlântica e pela sua
importância geoestratégica. E, bem vistas as coisas, é a geoestratégia que determinou, logo no
século XV, o povoamento dos Açores. Estas ilhas eram necessárias ao poder central por três
ordens de razões: para a produção de cereais; como base de apoio às escalas de retorno da
América espanhola e das Índias; e como apoio logístico à navegação – escalas, escoltas, abrigos,
refresco, hospital, reparações, etc. 
De então para cá, mantém-se válida a afirmação de Nemésio: “Os Açores são um porta-
aviões de 600Km, tantos quantos separam Santa Maria do Corvo.
” Outro não foi o propósito da
instalação, no século XX, da Base Naval de Ponta Delgada (na I Guerra Mundial) e das Bases de
Santa Maria e das Lajes (no decurso da II Guerra Mundial). Isto é, estas Bases serviram os
interesses da expansão norte-americana enquanto potência global. (Hoje é certo e sabido que os
norte-americanos estão mais interessados em dominar o Pacífico…). 
Convirá não esquecer que os Açores não são apenas o umbigo do Atlântico, ou a sentinela
avançada da Europa no meio do Atlântico. É verdade que somos um cais aberto ao mundo. Mas é
preciso entender estas ilhas como uma fronteira cultural. Isto é, um espaço de cultura(s), de
ciência e biodiversidade. E é precisamente aqui que, em tempo de massificação e globalização,
podemos marcar a diferença. A diferença de viver em ilhas. 
Entre o carro de bois e o avião
Vem tudo isto a propósito do livro Entre o carro de bois e o avião. Uma pequena
comunidade no centro de uma rivalidade global
, (Instituto Histórico da Ilha Terceira, 2018),
resultado da tese de doutoramento do jornalista terceirense Armando Mendes, licenciado em
História Científica, pós-graduado em Direito Regional, Mestre em Relações Internacionais e Doutor
em História, Defesa e Relações Internacionais. 
Com todo este percurso académico, ligado de forma indelével ao jornalismo, Armando
Mendes, observador atento do real, é o exemplo acabado de como a informação pode ser
transformada em conhecimento científico e em reflexão profunda. 
O livro em apreço aborda a presença militar norte-americana nos Açores desde a I Guerra
Mundial até à actualidade, e tem como leitmoiv a seguinte questão: 
“-Em que medida a presença militar norte-americana nos Açores, no âmbito de estratégias
globais que envolvem as ilhas, acabou por condicionar o enquadramento dos Açores no todo
nacional
?” (pág. 407). 
O autor tenta compreender de que forma é que o uso norte-americano dos Açores tem
condicionado as relações entre a Região Autónoma dos Açores e o Estado Português, e dá
destaque às razões da instalação, da permanência e do encerramento das bases militares norte-
americanas nestas ilhas. E isto sem esquecer as ligações entre a presença desses militares e os
interesses dos Estados Unidos da América no arquipélago, a par dos sonhos de independentismo…
Sonhos que já vêm de longe… 
Lembro, a propósito, que, no século XIX, na Horta (a primeira localidade da Europa a
possuir uma representação consular norte-americana logo após a Independência dos Estados
Unidos), o cônsul americano Charles Williams Dabney defendia a ideia de que os Açores deveriam
tornar-se num protectorado norte-americano… 
Armando Mendes, informadíssimo, bem documentado e bem apetrechado em termos
teóricos, vai, ao longo das quase 500 páginas do livro e numa escrita bastante acessível, dando
tratamento criterioso e meticuloso à sua tese, demonstrando capacidade de informar,
problematizar, decifrar e avaliar, incorporando no seu estudo os métodos e as preocupações dos
mais diversos ramos da investigação. 
Em recente entrevista televisiva, o autor afirmava que um dos propósitos deste livro é
também o de “criar massa crítica” para que haja, nos Açores, “pensamento prospectivo”.
Esperemos que assim seja. Que o livro seja lido por muita gente, incluindo elites e decisores
políticos. E que seja traduzido para inglês, dado a sua importância temática e a sua abrangência
universal. 




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