Nas últimas quatro décadas, os Açores têm conhecido uma fase de inegável criatividade
musical. Um número considerável de autores, compositores, músicos e intérpretes,
profundamente enraizados na tradição popular da música portuguesa, sobressaindo a de
expressão açoriana, têm vindo a dar muito boa conta de si escrevendo, compondo e cantando
emoções, sentimentos e estados de alma, por um lado, e, por outro, expressando preocupações e
inquietações que questionam o sentido das coisas e da vida.
Integra-se, nesta linha, o grupo graciosense “ComCordas”, que acaba de lançar o seu
primeiro disco, com o título de “Moinhos de Vento”, que inclui 16 temas, sete dos quais são
originais. Trata-se de uma viagem musical pela música tradicional e popular portuguesa,
nomeadamente a de expressão açoriana, e ainda pela balada intimista e pela música urbana
ligeira.
primeiro disco, com o título de “Moinhos de Vento”, que inclui 16 temas, sete dos quais são
originais. Trata-se de uma viagem musical pela música tradicional e popular portuguesa,
nomeadamente a de expressão açoriana, e ainda pela balada intimista e pela música urbana
ligeira.
Recorde-se que o projeto musical “ComCordas” tem a paternidade do incontornável
graciosense Valdemiro Santos, e surgiu no âmbito da Associação dos Músicos da Ilha Branca para
preencher uma lacuna que se fazia sentir nesta ilha na área da música tradicional e popular. Criado
em 2014, com o nome de “EnCanta”, sofreu mudanças de vária ordem, e a partir de 2017 passou a
denominar-se “ComCordas”.
graciosense Valdemiro Santos, e surgiu no âmbito da Associação dos Músicos da Ilha Branca para
preencher uma lacuna que se fazia sentir nesta ilha na área da música tradicional e popular. Criado
em 2014, com o nome de “EnCanta”, sofreu mudanças de vária ordem, e a partir de 2017 passou a
denominar-se “ComCordas”.
O grupo tem atuado em festas públicas e privadas na Graciosa, na ilha Terceira e, no
próximo dia 2 de julho, participará num Encontro de Grupos de Cantares, na ilha do Faial.
próximo dia 2 de julho, participará num Encontro de Grupos de Cantares, na ilha do Faial.
O disco “Moinhos de Vento” é um trabalho coerente, consistente e orgânico. De inegável
qualidade e que se ouve com prazer e encanto. Dão corpo, voz e expressão ao “ComCordas” os
graciosenses Carlos Picanço, Daniela Santos, Fernando Bettencourt, João Natal Silva, José João
Mendonça, Pedro Picanço e Serafim Silva. Sem nunca perder de vista a raiz lírica da poesia
popular, o grupo traz a modernidade enxertada na seiva da tradição; estou aqui a falar de uma
memória insular, digo, uma música ancorada na terra e no mar.
qualidade e que se ouve com prazer e encanto. Dão corpo, voz e expressão ao “ComCordas” os
graciosenses Carlos Picanço, Daniela Santos, Fernando Bettencourt, João Natal Silva, José João
Mendonça, Pedro Picanço e Serafim Silva. Sem nunca perder de vista a raiz lírica da poesia
popular, o grupo traz a modernidade enxertada na seiva da tradição; estou aqui a falar de uma
memória insular, digo, uma música ancorada na terra e no mar.
De resto, é muito oportuno o lançamento deste disco numa altura em que manifestamente
estamos a assistir à agonia lenta do CD, nós que já assistimos à morte do vinil, da cassete áudio e
do VHS. Curiosamente o vinil está a renascer, se bem que destinado apenas a um nicho de
melómanos.
estamos a assistir à agonia lenta do CD, nós que já assistimos à morte do vinil, da cassete áudio e
do VHS. Curiosamente o vinil está a renascer, se bem que destinado apenas a um nicho de
melómanos.
A verdade é esta: a indústria discográfica está em perda. O streaming é o que está a dar, a
indústria assenta nos espetáculos e não nos discos que vão perdendo valores. Os leitores de CD
vão deixando de ser vendidos, igualmente as novas viaturas deixaram de ter leitor de CD. E, no
entanto, todo o artista grava em CD por se tratar de uma plataforma de provada e comprovada
durabilidade.
indústria assenta nos espetáculos e não nos discos que vão perdendo valores. Os leitores de CD
vão deixando de ser vendidos, igualmente as novas viaturas deixaram de ter leitor de CD. E, no
entanto, todo o artista grava em CD por se tratar de uma plataforma de provada e comprovada
durabilidade.
Porque todo o artista luta contra o esquecimento, “Moinhos de Cento” aí fica para
memória futura. E para que a Graciosa não seja esquecida nem se apague no mapa da
globalização.
memória futura. E para que a Graciosa não seja esquecida nem se apague no mapa da
globalização.