O Parlamento dos Açores aprovou esta sexta-feira, por unanimidade, uma proposta do PS/Açores, que recomenda ao Governo que crie um apoio extraordinário ao rendimento dos pescadores para minimizar o impacto da pandemia e da inflação no setor.
Na apresentação da iniciativa, José Ávila realçou a importância do setor das pescas na economia dos Açores e lembrou que nos tempos que atravessamos, à pandemia somou-se a crise inflacionária que “fez disparar o preço do gasóleo das pescas em cerca de 150%”.
O parlamentar socialista realçou que a gestão das pescas “deve ser feita em proximidade com a ciência e os parceiros do setor”, lamentando que, infelizmente, “não é isso que está a acontecer”.
“Hoje, as decisões são tomadas nas costas dos pescadores, as quotas estão mal geridas, a fiscalização falha, o esforço de pesca está a aumentar, o preço de primeira venda tem vindo a descer, a formação está estagnada e nas reservas protegidas, enquanto o Presidente do Governo diz que vai criar mais, o Secretário Regional diz que vai criar um grupo de trabalho para anular uma das existentes”, apontou.
José Ávila justificou a criação de um apoio extraordinário que compense os pescadores, particularmente aqueles que têm baixos rendimentos e poucos meios para assegurar a subsistência das suas famílias, lamentando que o Executivo regional ande a reboque das circunstâncias, dando “um pouco aqui e um pouco ali”.
Do deputado socialista lamentou, igualmente, que o Governo “canalize uma grande fatia dos seus apoios para as indústrias, deixando aqueles que mais precisam, os pescadores, para trás”.
José Ávila questionou o Governo sobre a sua estratégia para a gestão de quotas de goraz, imperador e alfonsim para 2023, tendo ficado, contudo sem resposta, o que, a quatro meses do final do ano, evidencia que este Governo “não tem qualquer estratégia para as pescas dos Açores”.
Sobre espécies ameaçadas, José Ávila frisou que a Região “não tem qualquer plano de salvaguarda”, permitindo aos pescadores “apanharem cada vez mais, para ganharem o mesmo ou menos”.
Fonte: PS Açores