Embora ainda não haja uma posição oficial da Igreja Católica sobre as medidas concretas que serão adotadas, a partir do momento em que as celebrações religiosas puderem voltar a ser realizadas, os bispos admitem que as missas poderão passar a ter de ser mais frequentes (para permitir a presença de menos fiéis), os participantes poderão ter de utilizar máscaras e as paróquias poderão definir distâncias mínimas entre fiéis.
O bispo de Angra, D. João Lavrador, diz já ter “apalavradas” um conjunto de recomendações específicas para os padres da diocese que abrange as nove ilhas dos Açores, que divulgará oficialmente quando a Conferência Episcopal se pronunciar.
Ao Observador, o bispo explica as linhas gerais do que deverá ser posto em prática: “Não haverá ajuntamentos de grande massa, e as celebrações eucarísticas e provavelmente outras têm de ter sempre em conta o distanciamento necessário.
À medida que se forem abrindo as igrejas, vão ter de se ir encontrando as medidas necessárias”.“A Igreja nunca irá pôr em causa a saúde pública por qualquer celebração”, assegura o bispo. “E eu estou a fazer conta de dar indicações muito concretas nesse sentido.”Um dos grandes desafios será o de garantir as distâncias mínimas de segurança dentro das igrejas.
“Há paróquias que, neste momento, não têm problema nenhum em distanciar as pessoas. São poucas pessoas e as igrejas são grandes, por isso não há problema. Noutras paróquias, em que há mais pessoas, provavelmente vai ser preciso fazer mais alguma missa, para não irem todas as pessoas ao mesmo tempo. Vai depender das pessoas. Mas direi, nas indicações, que o distanciamento necessário terá de ser garantido.”
D. João Lavrador acrescenta ainda que outra das medidas que poderão ser implementadas, se tal for considerado necessário pelas autoridades de saúde, é a utilização generalizada de máscaras dentro das igrejas durante as celebrações. Se assim for, garante, “também serão acauteladas as máscaras”.
O que vai ficar sem efeito são as procissões e outras celebrações com grandes conjuntos de pessoas, que abundam durante o verão e que protagonizam muitas festas populares. “À partida não vamos ter procissões. Têm gente a vir de todo o lado”, explica o bispo de Angra.
Fonte: O Observador