O Coordenador Regional do PCP, Marco Varela, visitou a ilha Graciosa, tendo contactado com os militantes do PCP, ativistas da CDU e população em geral.
Das questões levantadas que continuam a criar sérios constrangimentos ao desenvolvimento económico e social da Graciosa, destacam-se os problemas relacionados com a mobilidade da população.
Os transportes continuam a ser um grande fator de isolamento e de estrangulamento da economia da ilha. Nos transportes aéreos os preços praticados são elevados, e os horários dos voos e os lugares disponíveis são um fator inibidor de um maior afluxo de turismo, sobretudo na época alta, perdendo-se assim um excelente complemento para a economia local.
Ao nível dos transportes marítimos, a Graciosa continua isolada e sem uma ligação regular de transporte de passageiros com as restantes ilhas do grupo central. A CDU defende que a Graciosa seja incluída na ligação marítima do grupo central durante o ano todo, considerando que a solução para a ligação marítima passa pela utilização de um barco com capacidade para o transporte de passageiros e mercadorias.
Os setores da Agricultura e das pescas são a base fundamental da economia graciosense. No setor agrícola, os produtores de leite defrontam-se com os baixos valores pagos pela indústria que beneficia duma situação de monopólio, e com a falta de um mecanismo de regulação do mercado do leite que valorize o produto e garanta melhores preços ao produtor.
No setor das Pescas continua-se a constatar uma diminuição da atividade devido à redução das quotas e a diminuição das espécies pela intervenção de frotas exteriores de maior dimensão que delapidam os nossos mares. É notória a ausência de uma política de pescas para os Açores que garanta maior proteção à zona económica e promova mais investimento na frota açoriana, tanto ao nível técnico, como ao nível da formação dos nossos pescadores.
A construção do novo edifício da adega cooperativa, empreendimento que se justificava há vários anos, veio criar melhores condições para a produção vitivinícola e de outros produtos emblemáticos da ilha como a meloa e do alho. A qualidade do vinho, angelica e aguardente, obriga a que seja feita uma aposta séria na recuperação das vinhas abandonadas, utilizando os apoios existentes para este setor.
A CDU considera que a obra de proteção e reabilitação costeira da Barra, em Santa Cruz, depois de concluída será uma mais-valia para as atividades náuticas de recreio com potencialidade para o turismo ligado a este setor. Contudo é fundamental a reabilitação de todo o património histórico existente nesta área, nomeadamente o que se refere à caça à baleia, ao Forte e à Poça das Salemas
.A CDU assume o compromisso de defender nas instâncias próprias os interesses da população graciosense, considerando que o desenvolvimento económico dos Açores só se concretiza se este for promovido por igual em todas as parcelas do arquipélago.
Fonte: CDU Açores