“Tudo o que é bom na vida ou é imoral, ou é ilegal ou engorda”, assim reza o conhecido
provérbio anglo-saxónico.
provérbio anglo-saxónico.
Numa sociedade como a nossa, onde a influência da publicidade é enorme e esmagadora,
não apenas na sua função direta de promoção do mercado, mas também nas suas vertentes
estética e social, perguntar-se-á: como resistir às tentações quotidianas veiculadas pelos mass
media?
não apenas na sua função direta de promoção do mercado, mas também nas suas vertentes
estética e social, perguntar-se-á: como resistir às tentações quotidianas veiculadas pelos mass
media?
Cá por mim sou dos que conseguem resistir a tudo, menos às tentações… E soltando o
hedonista que há dentro de mim, venho aqui dizer que detesto aquelas pessoas que estão sempre
a inventar princípios que as privam do que na vida lhes dá verdadeiro prazer.
hedonista que há dentro de mim, venho aqui dizer que detesto aquelas pessoas que estão sempre
a inventar princípios que as privam do que na vida lhes dá verdadeiro prazer.
Abomino os sãos, os puritanos e os moralistas que, com a crueldade cega de uma praga do
Egipto, estão sempre a dizer que é preciso cortar com o fumo, com o álcool, com a comida e com
o sexo…
Egipto, estão sempre a dizer que é preciso cortar com o fumo, com o álcool, com a comida e com
o sexo…
De igual modo não suporto aqueles que levam a vida (a começar por eles próprios)
demasiado a sério. Nem tão pouco passo cartão às eminências pardas que consideram que a
responsabilidade, o trabalho, a eficácia, a política e a cultura são coisas necessariamente sérias,
bisonhas, tristes. Falta-lhes, por isso, a alegria e o gosto de viver. Vivem um quotidiano mesquinho
e são chatíssimos, amargurados, frustrados.
demasiado a sério. Nem tão pouco passo cartão às eminências pardas que consideram que a
responsabilidade, o trabalho, a eficácia, a política e a cultura são coisas necessariamente sérias,
bisonhas, tristes. Falta-lhes, por isso, a alegria e o gosto de viver. Vivem um quotidiano mesquinho
e são chatíssimos, amargurados, frustrados.
Pois bem: eu nunca procuro converter ninguém, e não gosto que me tentem converter a
mim. É que, com 64 anos de idade, não estou mesmo nada interessado em viver a preto e
branco… E estou no meu direito. Ouviram? Por conseguinte, fiquem lá com os vossos tabus e com
o fervor das vossas cruzadas contra os prazeres da vida. Fiquem lá com a vossa vidinha impoluta –
ninguém vos impede. Mas, pela Virgem Santíssima, deixem-me em paz.
mim. É que, com 64 anos de idade, não estou mesmo nada interessado em viver a preto e
branco… E estou no meu direito. Ouviram? Por conseguinte, fiquem lá com os vossos tabus e com
o fervor das vossas cruzadas contra os prazeres da vida. Fiquem lá com a vossa vidinha impoluta –
ninguém vos impede. Mas, pela Virgem Santíssima, deixem-me em paz.
Pergunto: porque não há-de uma pessoa deliciar-se com a espessura de um bom refogado,
cheio de azeite e cebola, sem que lhe venham falar dos malefícios do colesterol? E porquê
confundir a apetência da taça dos sentidos com o plano inclinado da perversidade? O tabaco e o
álcool são vícios mortíferos, é certo. Mas não o serão também as redes sociais, o futebol, as
telenovelas, os reality shows e a maioria dos nossos políticos?
cheio de azeite e cebola, sem que lhe venham falar dos malefícios do colesterol? E porquê
confundir a apetência da taça dos sentidos com o plano inclinado da perversidade? O tabaco e o
álcool são vícios mortíferos, é certo. Mas não o serão também as redes sociais, o futebol, as
telenovelas, os reality shows e a maioria dos nossos políticos?
Andamos sempre preocupados com a vidinha e nem sempre deixamos espaço à boa
disposição, à diversão e ao humor. Levamos com muita crise económica e financeira. Muita
contenção. Muita restrição. E o Covid-19 ainda anda por aí… Há que aliviar a pressão.
disposição, à diversão e ao humor. Levamos com muita crise económica e financeira. Muita
contenção. Muita restrição. E o Covid-19 ainda anda por aí… Há que aliviar a pressão.
Carpe diem.
Deixem-me aproveitar a vida enquanto estou vivo, já que… seguramente vou ter muito
tempo para estar morto…
tempo para estar morto…