O grupo parlamentar do PSD/Açores considerou esta sexta-feira que seria “surreal” voltar ao modelo de transporte marítimo de passageiros e dos encaminhamentos para passageiros criados pelos governos socialistas, “que desperdiçaram milhões, adensando-se em incongruências”.
Para o líder da bancada social-democrata, João Bruto da Costa, “o Governo da Coligação (PSD, CDS-PP e PPM) quer reconstruir esta Região, e está a trabalhar para que não se faça com as empresas públicas o que fez o PS, que foi estoirar com elas”, afirmou, referindo-se à SATA e à Atlânticoline.
“Quanto aos encaminhamentos, recorriam a ajudas de Estado, e isso era ilegal, o que motivou os procedimentos da União Europeia que bem se conhecem, e criou graves dificuldades na gestão da SATA, em mais uma pesada herança da governação socialista”, disse.
O parlamento açoriano chumbou ontem um Projeto de Resolução do PS que pretendia suspender as alterações promovidas pelo Governo da Coligação ao modelo de transporte marítimo de passageiros e dos encaminhamentos para passageiros aéreos não residentes.
Para João Bruto da Costa, “os números falam por si”, e deu como exemplo “a notícia da RTP sobre o super-recorde de agosto de 2022, que foi o mês mais movimentado de sempre no Aeródromo da Graciosa, com 4706 passageiros desembarcados, face aos 3225 de 2019, o ano anterior de referência”.
“Isto depois de o PS ter lançado a mentira de que a SATA ia oferecer mais voos mas menos lugares para a Graciosa. Só que uma mentira dita várias vezes não passa a ser verdade, e o facto é que, com mais voos, houve mais 5% de lugares do que nos anos anteriores”, frisou.
“O PS não consegue aceitar o esforço que foi feito [por este Governo] para oferecer mais voos para as várias ilhas. Quando estávamos na oposição, reclamávamos porque não era feito, o PS na oposição reclama porque as coisas se estão fazer”, concluiu João Bruto da Costa.
No mesmo debate, o vice-presidente da bancada social-democrata, António Vasco Viveiros, sublinhou que a proposta socialista “deu entrada a 9 de fevereiro e, incrivelmente, manteve-se sem uma única alteração”, salientou.
“É surreal que o PS pretendesse, simplesmente, o regresso ao anterior modelo de transporte marítimo de passageiros, o mesmo que foi, entretanto, demolido por uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC), que apontou os défices da Linha Amarela – cerca de 23,4 milhões de euro – e a sua taxa de ocupação em 2019 de apenas 18%, confirmando que a operação foi financeiramente penalizadora para a Região”, recordou.
“Em 2019, os dois navios fretados pela Atlânticoline, as respetivas tripulações e os custos com combustível, totalizaram custos de 9 milhões de euros. Assim, foram agora 18 milhões de euros que a região não gastou, estando mais que provado que houve incompetência na gestão da política de transporte marítimo de passageiros”, rematou António Vasco Viveiros.
Já Elisa Sousa, deputada do PSD/Açores eleita por Santa Maria, lembrou que o PSD “foi o primeiro partido a pedir explicações sobre o fim da Linha Amarela”, referindo que “a acessibilidade dos açorianos é muito importante, mas há-que haver racionalidade, porque nenhuma região sobrevive com investimentos que não dão algum tipo de retorno”.
A social-democrata congratulou o Governo da Coligação por “promover um estudo que possa apontar o melhor modelo de transporte marítimo de passageiros”, lembrando que, “em 24 anos de governos do PS, isso nunca aconteceu”.
A deputada apelou ao Governo Regional, e à administração da SATA, para que “os voos extraordinários para Santa Maria, que acontecem principalmente aquando dos eventos-âncora da ilha, passem a fazer parte dos horários normais da companhia”, finalizou.
Fonte: PSD Açores