São três as personagens sinistras que não me deixam dormir descansado: o americano Donald Trump (idiota e excêntrico), o brasileiro Jair Bolsonaro (rufião e ignorante) e o britânico Boris Johnson (burlesco e caricato).
São três homens dominados por uma vaidade ilimitada em méritos que jamais alguém poderá reconhecer-lhes. Três figuras antinaturais, anti-históricas e anacrónicas, com tanto de risível como de trágico, e que seriam admissíveis nos anos 20 ou 30 do século passado, mas nunca nos dias que correm.
Porém, a verdade é que sendo completamente imbecis, eles ganharam eleições nos seus respectivos países – à custa da demagogia, do populismo e da manipulação das redes sociais, aproveitando a massificação da mediocridade e muitas outras formas de esvaziamento ideológico. Ganharam eleições recorrendo a discursos racistas, xenófobos e estupidificantes, nutrindo um ódio desmedido à cultura, à ciência, à inteligência e à liberdade de expressão.
É de uma tremenda burrice negar as alterações climáticas, minimizar o risco das emissões de gases com efeito de estufa, considerar as evidências científicas (em matéria de aquecimento global) como fazendo parte de uma conspiração global. É esta a douta opinião de Trump.
Johnson não se coibiu de suspender o Parlamento britânico para se esquivar aos sucessivos chumbos dos deputados às suas propostas relativamente ao Brexit e, não convivendo bem com a oposição interna, vai alegremente expulsando do seu partido todos aqueles que lhe fazem frente.
Para completar este “triunvirato”, temos Bolsonaro que ainda bem recentemente acusava as ONG´s de provocarem queimadas na Amazónia para atingir o seu governo, o que é absurdo e lembra o episódio do Reichstag, em Berlim no ano de 1933, quando Hitler acusou os comunistas de terem causado o incêndio daquele edifício.
A desinformação, a má informação e a informação errada criam a verdade da mentira e estão a minar as democracias ocidentais e a criar regimes totalitários. Duterte, nas Filipinas, Erdogan, na Turquia, e Orbán, na Hungria, são disso (maus) exemplos. Matteo Salvini, na Itália, Marie Le Pen, em França, entre muitos outros energúmenos da extrema-direita, aguardam a oportunidade para tomar de assalto o poder. Para tal vão recorrendo ao discurso mobilizador simplista, nacionalista e anti-emigrante. Tanto avanço civilizacional para isto.
Filho que sou do 25 de Abril, educado nos valores da democracia e da justiça social, tenho muita dificuldade em aceitar o aparecimento de novos ditadores, sejam eles de direita ou de esquerda. É que, ontem como hoje, o poder absoluto continua a corromper absolutamente.