Saltar para o conteúdo
    • Notícias
    • Desporto
    • Televisão
    • Rádio
    • RTP Play
    • RTP Palco
    • Zigzag Play
    • RTP Ensina
    • RTP Arquivos
RTP Açores
  • Informação
  • RTP Açores 50 Anos
  • Antena 1 Açores
  • Desporto
  • Programação
  • + RTP Açores
    Contactos

NO AR
Este conteúdo fez parte do "Blogue Graciosa Online", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Três livros bem temperados
Graciosa Online 21 set, 2022, 15:59

Três livros bem temperados

Crónica de Victor Rui Dores

Venho hoje partilhar, com os prezados leitores, três brevíssimas leituras de
outros tantos livros que tiveram o condão de iluminar as minhas férias (intensamente) vividas na
minha Graciosa ilha: 

1. Navegações e outras errâncias, de Luís Mesquita de Melo 
No seu primeiro livro, A Humidade dos Dias (Capítulo Oriental, 2019), Luís Mesquita de
Melo revelava já espessura evocativa e atenta observação do humano numa escrita sólida e
consistente. Agora, com Navegações e outras errâncias, (Companhia das Ilhas, 2021) este
faialense, acionando os retroativos da memória, conta-nos histórias de ficção com personagens
verdadeiras aqui homenageadas: Otília, Gilberto, Rufino, Eddie, Olina e o avô Silveira. Aqui
também se fala de Orione, um velho cargueiro italiano que ao narrador traz recordações da
viagem enquanto forma de procura e de descoberta, sendo a errância a busca do sonho e da
felicidade possível.
Sem cair na retórica ou na eloquência (a normalidade na ficção portuguesa dos dias de
hoje), estamos perante narrativas fragmentárias em forma de poemas, que também podem ser
entendidas como poemas em forma de narrativas. O autor lança olhares oceânicos que veem e
questionam o que enxergam. E consagra-se como escritor de poderosos recursos narrativos,
ancorados num sólido conhecimento sobre as ilhas do Faial e do Pico, o Canal e a arte de marear.
Um livro marítimo que se lê com infinito prazer. De um grande prosador que escreve com os olhos
da memória. 
2. Cântico sobre uma gota de água, de Eduardo Bettencourt Pinto 
Eduardo Bettencourt Pinto vive em estado geral de poesia e a literatura da diáspora tem
nele uma das suas principais vozes. Poeta de agudíssima sensibilidade e de apreciáveis recursos
sensoriais, ele vive dentro das palavras. Isto é, ele persegue o segredo da transfiguração poética e
a alquimia secreta da grande transmutação da palavra em ouro. 
Cântico sobre uma gota de água (Imprensa Nacional, Lisboa, 2021) é uma antologia da sua
poesia por ele próprio selecionada, e tem avisado Prefácio de Onésimo Teotónio Almeida. 
Escrita insulada e melancolizada. Pela distância e pela ausência. Eis uma poética de
depurada limpidez, banhada de intensa claridade marítima e com grande poder evocativo que
ficciona a realidade a partir de memórias e vivências do autor por espaços de África, Açores e
Américas. 
Bem urdidos e carpinteirados e carregados de significativa contenção, os versos de
Eduardo Bettencourt Pinto possuem uma grande beleza formal e estética. E dizem-nos que
estamos perante um imenso poeta. 
Três livros bem temperados
3. Os Nós do Tempo, de Vasco Pereira da Costa 
De livro para livro, Vasco Pereira da Costa, poeta de primeiríssima água, reabilita o sentido
mágico do poema. Os Nós do Tempo (Pallimage, Coimbra, 2022) assinala 50 anos de escrita
publicada deste autor. Buscando a palavra exata, única e essencial (com invejável desembaraço
vocabular), estamos perante uma poesia lúcida e lúdica e que se assume na consciência (crítica) do
próprio ato de escrita. Uma escrita eruptiva, de boa ressonância musical e prenhe de poeticidade
e de sedutora prosódia. 
Revisitando memórias, pessoas, cidades e outros lugares, o poeta procura na ilha (Terceira)
a unidade perdida, qual outro Ulisses regressando a Ítaca, após ter errado longos anos em viagens
e (a)venturas. Mas mais do que um livro de chegadas, este é um livro de partidas. De partidas a
grande viagem do mundo. É de antologia o poema “Que horas são em Pompeia?” 
Como parte integrante desta obra, há um apetecível texto, “O Maestro, o Poeta e o
Menino de sua Mãe” a que foi atribuído, em 1985, o Prémio Aquilino Ribeiro e que até agora
permanecia inédito. 
Recomendo vivamente a leitura destes três livros. De apreciável encanto e indiscutível
qualidade.




RTP Play Promo
PUB
RTP Açores

Siga-nos nas redes sociais

Siga-nos nas redes sociais

  • Aceder ao Facebook da RTP Açores
  • Aceder ao Instagram da RTP Açores

Instale a aplicação RTP Play

  • Descarregar a aplicação RTP Play da Apple Store
  • Descarregar a aplicação RTP Play do Google Play
  • Programação
  • Contactos
Logo RTP RTP
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • flickr
    • NOTÍCIAS
    • DESPORTO
    • TELEVISÃO
    • RÁDIO
    • RTP ARQUIVOS
    • RTP Ensina
    • RTP PLAY
      • EM DIRETO
      • REVER PROGRAMAS
    • CONCURSOS
      • Perguntas frequentes
      • Contactos
    • CONTACTOS
    • Provedora do Telespectador
    • Provedora do Ouvinte
    • ACESSIBILIDADES
    • Satélites
    • A EMPRESA
    • CONSELHO GERAL INDEPENDENTE
    • CONSELHO DE OPINIÃO
    • CONTRATO DE CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO E TELEVISÃO
    • RGPD
      • Gestão das definições de Cookies
Política de Privacidade | Política de Cookies | Termos e Condições | Publicidade
© RTP, Rádio e Televisão de Portugal 2025