O Mundo nos Açores | T2
O programa regista depoimentos inéditos de cidadãos provenientes de outros países ou de origem açoriana, que tendo nascido ou vivido grande parte da sua vida no estrangeiro, decidiram fixar-se nos Açores.
O programa regista depoimentos inéditos de cidadãos provenientes de outros países ou de origem açoriana, que tendo nascido ou vivido grande parte da sua vida no estrangeiro, decidiram fixar-se nos Açores.
Adriana Shinkawa, uma dentista talentosa do Brasil, nunca imaginou que a sua vida teria uma reviravolta tão inesperada. Quando recebeu uma proposta irrecusável para trabalhar nos Açores, mais precisamente na ilha de São Miguel, não hesitou. Sem saber ao certo o que a aguardava, embarcou nesta aventura de coração aberto e malas cheias de sonhos. Ao chegar, foi recebida por uma paisagem deslumbrante: montanhas verdejantes que tocavam o céu, lagoas que pareciam espelhos encantados e um oceano infinito que sussurrava promessas de novas histórias. Foi amor à primeira vista. Naquele paraíso intocado, onde a natureza parecia ter sido desenhada à mão, Adriana encontrou mais do que uma nova casa - descobriu uma paixão profunda por um lugar que a acolheu como se sempre tivesse sido seu.
Elke Brockmann chegou aos Açores em 2002, quando adquiriu uma pequena casa na ilha do Pico, tendo-se estabelecido permanentemente em 2007. Sempre sonhara viver numa ilha rodeada pelo mar, e o Pico, com a sua natureza deslumbrante, a montanha e o oceano, revelou-se o local ideal. Até 2010, dedicou-se a auxiliar cidadãos alemães na construção das suas habitações, e posteriormente, até 2018, enveredou pelo turismo. Em 2019, Elke construiu a sua própria casa de madeira e empenhou-se na aprendizagem da língua portuguesa, a qual considera a mais difícil, apesar de dominar outros três idiomas. Atualmente, o seu principal foco é o Santuário Animal do Pico, um projeto dedicado ao resgate e aos cuidados de gatos abandonados.
Anzhelika Chyrka fugiu da guerra na Ucrânia com os dois filhos, deixando para trás tudo, exceto a vontade de sobreviver. Depois de cruzar a fronteira para a Polónia, encontrou um refúgio inesperado nos Açores. Em março de 2022, chegou a São Miguel, onde foi acolhida com generosidade pela família de José e Selma, que lhe ofereceram um lar e apoio. A natureza da ilha e a calorosa hospitalidade dos açorianos começaram a curar as feridas de Anzhelika e dos filhos. O oceano tornou-se uma fonte de força, e a vida na ilha devolveu-lhes os sonhos perdidos. Hoje, Anzhelika tem um novo objetivo: construir uma casa em Vila Franca do Campo - local onde reencontrou a paz. Embora a Ucrânia permaneça para sempre no seu coração, São Miguel tornou-se um amor eterno e um símbolo de renascimento.
Em 2008, Tricia Baglio Alker e a família vieram da Califórnia para os Açores - instalaram-se na ilha do Pico, onde iniciaram um negócio de pesca. Durante o confinamento da pandemia Covid, começaram a produzir carne seca - o sucesso entre amigos foi tal que decidiram criar o Azores Jerky, um negócio que combina tradição e inovação. Hoje, Tricia vive na Ilha Montanha e admira a forma como os Açores equilibram o encanto das tradições antigas com o conforto da modernidade - para ela, cada ilha é única e viver nos Açores é uma experiência enriquecedora.
Pete Luckett, natural de Nottingham, Inglaterra, sempre foi impulsionado por um espírito empreendedor e aventureiro. Em fevereiro de 2020, Pete viajou para os Açores e, em apenas duas semanas, apaixonou-se pela ilha e por uma antiga quinta à beira-mar em Ponta Garça. Comprou a propriedade e, em junho, regressou para a transformar num projeto singular: uma experiência de "quinta para a mesa" com alojamento.