Saltar para o conteúdo
    • Notícias
    • Desporto
    • Televisão
    • Rádio
    • RTP Play
    • RTP Palco
    • Zigzag Play
    • RTP Ensina
    • RTP Arquivos
RTP Açores
  • Informação
  • Legislativas 2025
  • Antena 1 Açores
  • Desporto
  • Programação
  • + RTP Açores
    Contactos

NO AR
Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Dois Poemas de
Adelaide Freitas
Comunidades 22 mar, 2011, 04:00

Dois Poemas de Adelaide Freitas

Eu Me(Te) Digo

Declaro-me aqui filha da terra
por mundos repartida
New York Coimbra S.Miguel
permaneço plantada no Nordeste
na claridade da terra infinita

Ouço violinos ao vento
quando sulcos imemoriais
tomam o volume do mar e
inefáveis sussurram a infãncia de cada passo…

Na ausência da casa sem murmúrio de pais nem mães
edifico no quintal a minha morada

Gosto de mondar cavar semear
sentir rente à pele a brisa redonda e muda
o sibilante cheiro da terra
a doce comoção da luz e das cores
o roçar quente da folha do milho

Da criança reservo a espontaneidade
o orvalho suave do espírito
o fascínio das mil flores
e tudo o que não tem nome

Na adulta
a Escuta a Espera…
gosto das contradições
e nos pólos mantenho viva a chama de cada uma
a mulher e a menina

quero-as firmes Assim de carne e de sangue
de alma e de paixão
em nada sobejadas em nada subtraídas

Fazem parte do meu quintal
por onde passeio
entre alvos malmequeres
magos brincos-de-princesa e
o rosa tenro da flor dos pessegueiros

Lá longe……o mar largo

No horizonte…
O risco tremido da hortênsia

****************************

O GESTO

Estende daí a tua mão

Desce comigo ao templo liso das manhãs
e deixa-te ficar…
vê agora como sentes a fundura do chão
o leito da ribeira a fímbria das emoções

Deita-te aí por um instante
na deleitosa corrente da ribeira
e toca-a de mansinho
que de tão mansa não a sintas

Escuta agora
o murmúrio das folhas caídas
e debruça-te sobre
a frescura fulva do olhar
ouve o gorjear da passarada e a água a cantarolar

Dissimula um gesto lento que de lento seja
Profundo
qual carícia qual tugúrio qual divina proporção

Desce ainda mais fundo
até onde a sépala do lis derrama o seu perfume

Espreita então o som da serpente arrependida
Vê agora o teu rosto…
Quando ele dos teus olhos se mira

Deixa-te ficar nesse corpo líquido
À sombra da rama frondosa emudecida

Deixa-te assim sonhar
Ao sabor fresco da corrente
No flúvio gesto da manhã

*******************************

 Adelaide Freitas:
 Um dos grandes nomes da literatura açoriana,se destaca na prosa poética,no ensaio, na poesia e no romance. Nasceu na Ilha de S.Miguel(Achadinha/Nordeste)em 1949. Fez o doutoramento em 1987 sobre a obra de Herman Melville:Moby-Dick A Ilha e o Mar – Metáforas do Carácter do Povo Americano. Professora Associada da Universidade dos Açores,hoje reformada. Publicou  o seu primeiro romance,Sorriso por dentro da noite (2004) e Nas duas Margens:da Literatura Norte-Americana e Açoriana (2008).

RTP Play Promo
PUB
RTP Açores

Siga-nos nas redes sociais

Siga-nos nas redes sociais

  • Aceder ao Facebook da RTP Açores
  • Aceder ao Instagram da RTP Açores

Instale a aplicação RTP Play

  • Descarregar a aplicação RTP Play da Apple Store
  • Descarregar a aplicação RTP Play do Google Play
  • Programação
  • Contactos
Logo RTP RTP
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • flickr
    • NOTÍCIAS

    • DESPORTO

    • TELEVISÃO

    • RÁDIO

    • RTP ARQUIVOS

    • RTP Ensina

    • RTP PLAY

      • EM DIRETO
      • REVER PROGRAMAS
    • CONCURSOS

      • Perguntas frequentes
      • Contactos
    • CONTACTOS

    • Provedora do Telespectador

    • Provedora do Ouvinte

    • ACESSIBILIDADES

    • Satélites

    • A EMPRESA

    • CONSELHO GERAL INDEPENDENTE

    • CONSELHO DE OPINIÃO

    • CONTRATO DE CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO E TELEVISÃO

    • RGPD

      • Gestão das definições de Cookies
Política de Privacidade | Política de Cookies | Termos e Condições | Publicidade
© RTP, Rádio e Televisão de Portugal 2025