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Imagem de Hoje,7 de setembro,189 anos de Brasil independente. Um poema de Vinicius de Moraes: PÁTRIA MINHA
Comunidades 07 set, 2011, 18:34

Hoje,7 de setembro,189 anos de Brasil independente. Um poema de Vinicius de Moraes: PÁTRIA MINHA


Este belíssimo poema Pátria minha, de Vinícius de Moraes é uma sentida homenagem aos 189 anos de Independência do Brasil comemorados neste 7 de Setembro.
O poema saiu como um pequeno livro em 1949, numa edição de 50 exemplares, feita por João Cabral de Melo Neto em sua prensa manual quando morava em Barcelona, sob o selo "O livro inconsútil".
A Pátria cantada por Vinicius é a minha Pátria também. É a a terra bendita que sonhei para os nossos filhos e netos.
Não a que vejo está estampada nos jornais e revistas, a que perde o vívido verde de suas matas ceifadas em crimes ambientais ou o amarelo ouro de suas riquezas dilapidadas pela corrupção que se espalha pelo País desde Brasília, a nossa ilha da fantasia. Não quero mais contemplar o negro retrato do maior patrimônio - a nossa juventude - sendo escravizada e dilacerada pelo cracke, pela cocaína e tantas outras drogas que são consumidas por nossas meninas e meninos.
Diga não,a esta Pátria.
Vamos cantar a Pátria, da linda Aquarela do Brasil de Ari Barroso. Vamos cantar também o Brasil- mostra tua cara de Cazuza.
Vamos recitar a Pátria que Vinícius poetou em 1949, o Brasil cujo povo carrega nas costas a esperança,que acredita que tudo vai ser melhor amanhã, mesmo que este amanhã demore a chegar. Afinal,são amanhãs do meu Brasil.

Por tudo isso, meu Brasil, levanta deste berço esplêndido, ergue da justiça a clava forte e vai à luta em defesa dos filhos teus, sem demora, porque os teus filhos estão desvalidos, cansados e já não aguentam mais tanta impunidade,tanta violência urbana, criminalidade, corrupção e negociatas com dinheiro público,tanta miséria social ainda não erradicada do País.
Um povo que não está de braços cruzados enquanto, um a um, vê desmoronar os sonhos e a vida de toda uma geração, arquivo intelectual e criativo de uma época, que conviveu com a ditadura e sobreviveu com dignidade. De uma nova geração que nasceu na democracia, na vivência plena da liberdade que percorre em cada aurora os novos caminhos abertos por este Brasil brasileiro de Eça de Queirós.
Um povo que não vai calar e não pode ser calado e muito menos amordaçado

Precisamos,urgentemente,dizer a Presidente Dilma que o povo brasileiro confia na sua presidente e que ela não está só,não. Milhões de brasileiros e brasileiras (como ela gosta de enfatizar)estão ao seu lado,prontos para erguer bem alto a bandeira da moralidade, da ética,da justiça, do respeito ao nosso povo e no seu direito de viver com dignidade.
Presidente Dilma, olha este povo – que tem a alegria estampada na cara – e que busca energia de dentro de si para sobreviver, para não colocar em holocausto a sua esperança de vida, nem leiloar o futuro de seus filhos. Somos sim, um povo que se alimenta da esperança e como disse o poeta Carlos Drummond de Andrade: industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Um povo que tem o direito de viver com dignidade e de ser feliz no seu País!

Lélia Pereira Nunes
7 de setembro de 2011
______________________________________________

imagem:http://carmelitaap.wordpress.com

Pátria minha

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos…
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu…

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda…
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha… A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamen
Que um dia traduzi num exame escrito:
“Liberta que serás também”
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão…
Que vontade me vem de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
“Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes.”

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