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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de MEDITAÇÕES: O Código de Deus — Mário T Cabral
Comunidades 10 ago, 2013, 16:16

MEDITAÇÕES: O Código de Deus — Mário T Cabral

CABRAL, Intervalo,  2013
MENINO JESUS ENTRE OS DOUTORES
Mário T Cabral, 2013

39. MEDITAÇÕES
h) O Código de Deus
A Bíblia não usa conceitos. Deus tem uma preferência explícita por símbolos, justificando a sua escolha e, no caso do Verbo Incarnado, explicando ao pormenor as parábolas utilizadas.
     Deus-Pai manda Jeremias à oficina dum oleiro, para lá Se explicar com propriedade. Diante a execução dum vaso, Deus faz uma analogia entre Si, o oleiro, o vaso e a casa de Israel.
     Com Ezequiel vai ainda mais longe, declarando: “Eu faço de ti um símbolo para a casa de Israel” (12, 6). O profeta é ensinado a teatralizar um quadro e dá-se a explicação: o povo eleito tem olhos e não vê, tem ouvidos e não ouve.
     Em simultâneo, Nosso Senhor aposta num conhecimento prático, como se pode ver no caso dos ensinamentos do Arcanjo Rafael ao jovem Tobias e nas receitas para as festas e rituais, a seguir ao Êxodo.
     Jesus Cristo desdobra, na intimidade, as histórias usadas para as multidões, sendo, neste aspeto, muito parecido com seu Pai. Acrescenta, porém, uma informação notável: os mais chegados podem ser instruídos a um nível mais exigente, o que aponta para uma refletida pedagogia.
     A nossa civilização aprendeu a usar o conceito na Grécia, com a filosofia, que é um saber teórico, isto é, proposicional: mais do que saber fazer interessa saber explicar. Urgia algo assim: era muito importante saber quem é que, de facto, na balbúrdia relativista, sabia, e o quê. Em suma, procurava-se a Verdade.
     Porque é que Deus prefere a linguagem simbólica à conceptual? Porque Deus não tem de usar linguagem científica, que existe apenas como teoria da justificação. Provar que é verdadeiro a quem? Deus não pode mentir e não tem ninguém ao seu nível, quanto mais superior!
     Por outro lado, o conhecimento teórico não convence definitivamente, como deveria. Ao contrário, sentir na pele marca para a vida. Nós próprios, em desespero de causa, com os nossos filhos e alunos, optamos pela experiência: “Faz assim e ponto!” E, mais tarde: “Compreendes agora?”
     Deus quer ser eficaz na comunicação; está empenhadíssimo em salvar-nos, o quanto antes, não vá o diabo tecê-las. A nossa natureza decaída não ajuda grande coisa. A linguagem natural é-Lhe mais favorável.
     Isto não obsta ao real valor da filosofia e da ciência, indispensáveis entre os seres humanos, que gostam de se armar.
     Evite-se a tolice de pensar que, por causa do estilo usado por Deus, a Bíblia é toda um faz-de-conta, mais literatura do que conhecimento à séria e credível. Já ninguém que se preze é assim positivista.
     O melhor, mesmo, é estudar ciência hermenêutica.

Mário T. Cabral Natural da Terceira, Açores é professor no liceu de Angra. É Doutor em Filosofia Portuguesa Contemporânea, pela Universidade de Lisboa, com Via Sapientiae – Da Filosofia à Santidade, ensaio publicado pela Imprensa Nacional – Casa da Moeda (2008). Para além do ensaio, publica poesia e romance. O seu último livro de ficção (O Acidente, Porto: Campo das Letras) ganhou o prémio John dos Passos para o melhor romance publicado em Portugal em 2007. Está traduzido em inglês, castelhano e letão. Também é pintor.
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